O ex-governador Paulo Hartung não vai embarcar em nenhuma canoa furada, esperto que ele é. Com o nome bem falado em nível nacional, a ponto de ter sido lançado candidato a presidente da República por uns e a vice de Lula por Fernando Henrique Cardoso, antes que o petista escolhesse o nome de Geraldo Alckmin (tucano há 33 anos a caminho do PSB), o ex-governador capixaba mantém o suspense, mas parece que seu destino será mesmo uma candidatura ao Senado, onde já esteve por oito anos.
Fontes ouvidas pelo TNL, com longo e profundo trânsito na política capixaba, garantem que Hartung virá mesmo ao Senado, onde poderá chegar falando alto, depois de ser colocado no centro de discussões sobre a terceira via nas eleições de 2022. Afinal, banqueiros e grandes empresários anunciaram esta semana, na grande imprensa nacional, que já não trabalham com uma terceira via, e sim com o confronto Lula x Bolsonaro. E quem mais do que PH lida tão bem com a classe dos que mandam no País?
A mais recente cartada de Hartung, antes de o ano de 2021 acabar, foi lançar um livro propondo a refundação do Estado brasileiro. Ou seja, posicionando-se como “grande liderança nacional”. E teve o beneplácito de seu amigo Luciano Hulk, que passou um bom tempo de seu programa do último domingo, na poderosa Globo, promovendo o livro lançado por Hartung. Valem bons milhões de reais uma “propaganda gratuita” como a que fez o apresentador.
Enquanto isso, a movimentação de Hartung nas sombras da política capixaba é no sentido de fomentar o maior número possível de candidaturas ao Governo para tentar impedir a reeleição do governador Casagrande. Para isso, já tem sua mão peluda em pelo menos quatro pré-candidaturas: Audifax Barcelos, Guerino Zanon, César Colnago e Erick Musso, presidente da Assembleia.
Talvez advenha daí o movimento feito pelo prefeito Enivaldo dos Anjos, águia tanto quanto Hartung, no encontro de prefeitos no Salão Santiago na última quarta-feira (5), provocando a mobilização de seus colegas de Executivo para “discutir política” e “não deixar o Espírito Santo entrar numa aventura”.
A propósito, é bom lembrar que em 1990, quando José Ignácio era franco favorito ao Governo, Enivaldo, então em seu primeiro mandato de prefeito de Barra de São Francisco, foi o principal articulador, junto com Theodorico Ferraço, de Cachoeiro, e Dilo Binda, de Colatina, da improvável candidatura de Albuino Azeredo. E deu no que deu: o então secretário de Estado do Planejamento virou ainda no primeiro turno e deu uma lavada no segundo.
Para registrar: Ricardo Ferraço, o ex-senador e filho de Theodorico, é o mais cotado para ser o vice-governador de Renato Casagrande em outubro deste ano, apesar de o PT forçar a barra para emplacar de novo um dos seus, ameaçando com a candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo, para bagunçar ainda mais o coreto.
Em breve, a gente vem aqui falar de outros nomes.
(A coluna Conjecturas é “alimentada” pelos jornalistas Weber Andrade e José Caldas da Costa)
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