O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, investigado por suspeito de fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, foi preso em Curitiba, nesta quinta-feira, 3, em uma operação da Polícia Federal (PF).
Conforme a polícia, ele teve prisão preventiva decretada após descumprir medidas cautelares. Nesta manhã, os policiais cumpriram o mandado de prisão contra ele, além de dois mandados de busca e apreensão.
Anteriormente, o empresário respondia em liberdade sob restrições, como a determinação de que ele não poderia continuar a administrar as empresas ou fazer gestão envolvendo interesse do grupo econômico dele.
Até a publicação desta reportagem, o g1 e a RPC tentavam contato com a defesa de Francisley.
Francisley é suspeito de cometer crimes, desde 2016, ao comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas.
Uma outra fase da mesma operação, deflagrada pela Polícia Federal no início de outubro, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito, onde foram apreendidas barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo e outros itens.
Entre as possíveis vítimas está Sasha Meneghel, que, segundo a PF, teve um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão. A polícia destacou que na lista de vítimas também estão jogadores de futebol, que não tiveram os nomes revelados.
Investigação
A Polícia Federal informou que, aos clientes, as empresas de Francisley diziam ter vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos e possuir uma grande equipe que faria operações de investimento com as criptomoedas para gerar lucros.
A investigação mostrou, entretanto, que nunca existiu atividade comercial pelo grupo, e que o dinheiro arrecadado era gasto por Francisley.
Quem é o Sheik
Segundo a polícia, Francisley se apresentava como Francis Silva e é natural de São Paulo, mas se estabeleceu em Curitiba. Na capital paranaense ele desenvolveu uma empresa do ramo da tecnologia.
De acordo com a PF, o suspeito possui mais de cem empresas abertas no Brasil vinculadas a ele. A investigação indica que ele usava o dinheiro arrecadado nas fraudes para a compra de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões e para fazer doações a igrejas.
Ainda conforme o delegado, o esquema começou a ruir no fim de 2021, quando Francisley não conseguiu mais pagar o que devia aos clientes.
A PF disse que a investigação contra o suspeito começou em março deste ano, depois de um pedido de cooperação policial internacional feito pela Interpol.
O pedido informava sobre uma investigação que identificou uma organização criminosa, liderada por Francisley, em Curitiba.
A investigação apontou que alguns membros da família de Francisley também se envolveram nas fraudes. De acordo com a PF, os familiares eram funcionários das empresas, e se apropriavam dos valores investidos pelas vítimas. (Da Redação com g1 Economia/Polícia)
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