Começa nesta terça-feira, 1º de novembro, e vai até o próximo dia 30 a segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Febre Aftosa 2022. Em dez Estados – Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima e Rio Grande do Norte – a imunização de 161 milhões de bovinos e bubalinos ocorrerá em animais de até 24 meses, conforme o calendário nacional de vacinação.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para as 11 unidades da Federação – Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal -, que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA), a vacinação em novembro será para bovinos e bubalinos de todas as idades. O bloco totaliza 141 milhões de animais a serem vacinados.
A expectativa é de que sejam vacinados em torno 2,3 milhões de animais, no Espírito Santo, distribuídos em cerca de 30 mil propriedades rurais do Estado. A vacinação deve ser realizada pelos próprios produtores e as vacinas devem ser adquiridas apenas em lojas agropecuárias cadastradas no Idaf.
Comprovação da vacinação
Para comprovar a vacinação, o produtor rural deve preencher o formulário “Declaração de Vacinação contra Febre Aftosa e Atualização do Rebanho”, que recebe no ato da compra dos imunizantes, e apresentá-lo ao Idaf, com a nota fiscal do produto.
A comprovação pode ser realizada diretamente pelo sistema informatizado do Idaf (Siapec), bem como ser enviada por e-mail para uma gerência local. Também pode ser entregue, presencialmente, em uma das gerências do Idaf.
O médico-veterinário do Idaf José Dias Porto Júnior, responsável no Instituto pelo Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa, reforça que a vacinação em massa é fundamental nesse momento de transição de “zona livre com vacinação” para “zona livre sem vacinação”. “Até chegarmos ao novo status com reconhecimento internacional, alguns paradigmas precisarão ser quebrados e procedimentos alterados. Passaremos por ajustes visando às campanhas de atualização cadastral a partir de 2023, por exemplo. Outro desafio essencial é a conclusão da geolocalização de todas as propriedades rurais do estado. Atualmente, esse percentual está em torno de 80%. Estamos seguindo para um patamar diferente e precisamos garantir a manutenção de um status sanitário confiável – fato determinante para acesso a mercados importadores mais exigentes”, esclarece Porto Júnior.
A inversão das estratégias de vacinação em alguns estados, observou o ministério, foi adotada em abril com objetivo de adequar a demanda de vacinas contra febre aftosa ao cronograma previsto de produção da indústria e, assim, garantir a oferta de vacinas para manter índices satisfatórios e a imunidade do rebanho.
Os imunizantes devem ser adquiridos nas revendas autorizadas e mantidos entre 2°C e 8°C, desde a aquisição até o momento da utilização – incluindo o transporte e a aplicação, já na fazenda. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 ml na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia, para fazer a contenção adequada dos animais e a aplicação da vacina.
“Além da vacinação, o produtor deve fazer a comprovação no órgão executor de defesa sanitária animal de seu estado. A declaração da vacina pode ser entregue de forma online ou, quando não for possível, presencialmente nos postos designados pelo serviço veterinário estadual nos prazos estipulados”, orientou o ministério. Ainda segundo a pasta, em caso de dúvidas, a sugestão é para que procurem o órgão executor de defesa sanitária animal do estado.
Retirada da vacinação
Após a etapa de novembro, sete unidades da Federação do Bloco IV do PE-PNEFA – Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins – vão suspender a vacinação. Ao todo, serão aproximadamente 114 milhões de bovinos e bubalinos que deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país. A ação faz parte da evolução do projeto de ampliação de zonas livres de aftosa sem vacinação no país, previstas no programa.
De acordo com o ministério, nesse momento de evolução sanitária da doença, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco IV, que terão a vacinação suspensa a partir de 2022, e os demais estados que ainda praticam a imunização.
“O Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura aguarda a evolução nos demais estados, a fim de compor o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional de zona livre sem vacinação na Organização Mundial da Saúde Animal”, afirmou em nota.
Zona Livre
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, de Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação. (Da Redação com Agência Brasil)
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