Hoje, 11, por volta de 7h30, o rio Doce tinha atingido 6,48 metros e inundado alguns ruas da cidade de Colatina, inclusive embaixo da ponte Florentino Avidos. São reflexos das chuvas em Minas Gerais, na cabeceira da bacia hidrográfica.
Em Governador Valadares, correu o boato nesta manhã de que as comportas da represa Baguari haviam sido abertas e que o rio subiria mais um metro. Essa informação, entretanto, foi desmetida para a TNL pelo coordenador da Defesa Civil da cidade mineira, major Adelson.
Em condições normais, o rio fica na faixa de 2,50 metros na régua de medição. embaixo da ponte Florentino Avidos, em Colatina. Quando entra a estação de chuvas, em outubro, ele sobe para a faixa dos 3 metros. Segundo o chefa da Defesa Civil de Colatina, Alex Guerra, as águas levam aproximadamente 30 horas de Governador Valadares até a cidade capixaba.
A cidade de Colatina entrou em estado de alerta na tarde desta segunda-feira, e o prefeito Guerino Balestrassi, em entrevista ao site TNL, disse que a inundação seria inevitável e que o rio deveria passar de 6 metros até o início da madrugada de terça-feira, 11, o que acabou se confirmando;
Segundo ele, todos os órgãos da Prefeitura estão mobilizados e de prontidão para a retirada de famílias nas áreas onde a água transborda primeiro, como a rua João Jonas, na Vila Lenira e Benjamin Costa/Faça Fácil. Porém, na manhã desta terça-feira (11) disse que, apesar da cheia, ainda não havia nenhum desabrigado na cidade.
Balestrassi admite apreensão porque o rio pode ultrapassar os sete metros, já que as chuvas continuam caindo em Minas Gerais e as águas que estão descendo devem chegar a partir do início desta noite.
Em Governador Valadares, o rio Doce já ultrapassou a cota de 4 metros e inundou todos os bairros ribeirinhos, o que faz prever a chegada de muita água em Colatina no final da tarde de hoje ou no meio da noite. Segundo o site Jornal GV News, o prefeito de Governador Valadares, André Merlo decretou estado de emergência e já disponibilizou várias escolas para alocar os desabrigados.
Para se ter uma ideia, na grande enchente de 1979 o rio Doce chegou a 5,15 metros em Governador Valadares e causou grande destruição na cidade, assim como aconteceu nas cidades capixabas de Baixo Guandu, Colatina e Linhares.
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Diante das novas informações vindas do sistema de monitoramento da bacia do rio, o quadro mudou em relação às previsões da Defesa Civil feitas na noite de domingo (9), principalmente depois da chegada de grande volume de água em Governador Valadares.
“Estamos monitorando tanto a vazão do rio Doce quanto do Santa Maria do Doce e do Pancas, além das encostas. Colatina tem histórico de acidentes nessa área. Nossa Defesa Civil está de prontidão e alerta. A régua do nível do rio Doce amanheceu na cota de atenção, mas devemos atingir a cota de alerta às 14 horas. Nossas equipes estão sendo mobilizadas”, disse Balestrassi hoje pela manhã.
A cota de atenção é de 4,60 metros na régua de medição posicionada embaixo da ponte Florentino Avidos. Quando atinge a cota de alerta o rio já está 5,30 metros fica acima de seu leito. Isso significa que o rio terá subido 1 metro em 20 horas (no domingo, às 18 horas, a régua estava em 4,28 metros). Com mais 50 centímetros além do alerta, o rio Doce entra na cota de inundação, que é de 5,60 metros em alguns bairros de Colatina.
De acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, Alex Guerra, o rio Santa Maria do Doce, que desce da região de Santa Teresa, causou mais preocupação do o rio Doce neste domingo. Devido ao grande volume de chuvas, com tromba dágua em São Roque do Canaã, o rio Santa Maria subiu rapidamente e chegou a inundar comunidades ribeirinhas no bairro Maria Ismênia, na localidade conhecida como Buraco da Comadre.
“A partir do momento em que o rio atinge a cota de atenção, a gente faz trabalho preventivo. Estamos acompanhando os boletins do comitê de monitoramento”, observou Guerra.
O problema em Colatina não são tanto as chuvas locais, mas as que caem nas cabeceiras do rio Doce e em seus afluentes, em Minas Gerais, onde diversas cidades vêm sofrendo inundação e a Defesa Civil de Governador Valadares já está retirando a população ribeirinha. (Da Redação com José Caldas da Costa)
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