Quatro em cada dez jovens com idade entre 14 e 29 anos, com nível de instrução inferior ao médio completo, apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário para terem abandonado ou nunca frequentado escola.
Esses dados fazem parte das informações divulgadas nesta sexta (22) no módulo anual sobre Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.
O estudo aponta que, em 2023, 41,7% dos jovens nessa idade derem essa explicação par a seu atraso escolar ou por não estudarem. Isso é 1,5% mais em comparação ao PNAD de 2022.
HOMENS
Para 53,4% dos homens nesse grupo etário, o principal motivo para deixar a escola foi a necessidade de trabalhar, seguido pela falta de interesse em estudar (25,5%). Para as mulheres, o principal motivo foi também a necessidade de trabalhar (25,5%), seguido pela gravidez (23,1%) e por não ter interesse em estudar (20,7%).
Além disso, para 9,5% das mulheres, os afazeres domésticos ou o cuidado de pessoas foram o principal motivo para terem abandonado ou nunca frequentado escola, enquanto entre homens, este percentual foi inexpressivo (0,8%).
Segundo o instituto, no Brasil, em 2023, havia 48,5 milhões de pessoas de 15 a 29 anos de idade e 15,3% delas estavam ocupadas e estudando, 19,8% não estavam ocupadas nem estudando, 25,5% não estavam ocupadas, porém estudavam e 39,4% estavam ocupadas e não estudavam.
Talvez como efeito colateral, essa é a população mais atingida pela violência. No Espírito Santo, 54% das vítimas de homicídios em 2024 têm até 29 anos.
Destaques
- Entre jovens com 15 a 29 anos de idade, 19,8% não estavam ocupados nem estudando, proporção que era de 14,2% entre os homens e salta para 25,6% entre as mulheres.
- No grupo etário de 14 a 29 anos, 9,0 milhões não completaram o ensino médio, seja por terem abandonado a escola antes do término desta etapa ou por nunca a terem frequentado. Destes, 27,4% eram brancos e 71,6% eram pretos ou pardos.
- Para 53,4% dos homens, o principal motivo para deixar a escola foi a necessidade de trabalhar, seguido pela falta de interesse em estudar (25,5%). Para as mulheres, o principal motivo foi também foi a necessidade de trabalhar (25,5%), seguido pela gravidez (23,1%).
- Cerca de 70,6% dos pretos e pardos com 18 a 24 anos não frequentavam a escola e não concluíram o ensino superior, enquanto entre os brancos nessa faixa de idade, a taxa foi de 57,0%.
- Entre os brancos de 18 a 24 anos, 36,5% estavam estudando, enquanto entre os jovens pretos e pardos essa taxa era de 26,5%.
- Cerca de 29,5% dos estudantes brancos com 18 a 24 anos cursavam o ensino superior, taxa que era de 16,4% entre os pretos ou pardos no mesmo grupo etário.
- O diploma de graduação já havia sido obtido por 6,5% dos brancos com 18 a 24 anos, enquanto entre os pretos e pardos na mesma faixa etária, essa proporção que era menos da metade: 2,9%. (Da Redação com informações do IBGE)
(Foto da capa: Felipe Ramos/G1)
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