Morreu nesta segunda-feira, 8, o jornalista Bernardo de la Peña, co-autor de um livro que dissecou a crise política que abalou o governo anterior do Presidente Lula. Com passagens pelos jornais ‘O Estado de S. Paulo’ e ‘O Globo’, de la Peña lutava contra um câncer no cérebro.
Durante sua trajetória em redações, ele acumulou dois Prêmios Esso de Informação Econômica (2001) e de Jornalismo (2002). Tinha mais de 25 anos de profissão.
Bernardo também era escritor. Ele publicou os livros “Memorial do Escândalo”, livro-reportagem sobre o mensalão, e “Um Carioca no Planalto”, memórias dos cinco anos que viveu em Brasília, a maior parte do tempo cobrindo o Palácio do Planalto.
Bernardo de la Peña adorava cavalos, a ponto de se arriscar a praticar salto na Sociedade Hípica Brasileira, um de seus lugares preferidos, ao lado da fazenda da família em Secretário, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ.
O velório e o sepultamento de Bernardo de la Peña será nesta segunda, no fim da tarde, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Nas redes sociais, amigos e colegas lamentaram sua morte.
“Uma grande figura do Jornalismo e do Rio descansou hoje, depois de longa luta. Bernardo De La Peña botava um sorriso até nos textos mais duros. O mesmo sorriso que exibia nos olhos. Toda a solidariedade à família e aos muitos amigos que ficam. Um beijo e um abraço, camarada”, escreveu o comentaria e apresentador da GloboNews, Marcelo Lins.
Bernardo perdeu, em 15 de agosto de 2019, o pai José de La Peña Neto, aos 71 anos. Também jornalista, José de La Peña estava internado e inconsciente no Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, quando morreu.
MEMORIAL
Bernardo de la Peña foi autor, junto com Gerson Camaraotti, do livro “Memorial do Escândalo”, publicado pela Geração Editorial, em que fizeram uma radiografia da crise política que abalou o governo do presidente Lula.
Jornalistas investigativos, Gerson Camarotti e Bernardo de la Peña contam com riqueza de detalhes e muitos segredos a história de como o PT e o governo envolveram-se numa espantosa crise política.
Primeiro, uma denúncia de corrupção nos Correios. Depois, a comprovação – confessada – de que o PT usou dinheiro de origem desconhecida, de caixa 2, em suas campanhas eleitorais. Finalmente, indícios de que dinheiro de estatais foi desviado para campanhas do PT e para subornar deputados, por intermédio de agências de publicidade. A comprovação de que, em nome do governo, o PT comprou com dinheiro apoio de políticos de outros partidos surpreendeu a nação.
Fatos como este eram correntes em governos anteriores, e sempre criticados pelos petistas – que agora eram surpreendidos agindo da mesma forma.
Memorial do Escândalo, com detalhes inéditos e surpreendentes, é um livro imprescindível para se entender o que está acontecendo na política brasileira. Este livro é o quarto volume da coleção História Agora, que já lançou:
“A usina da injustiça – como um só homem está destruindo uma cidade inteira”, coordenado por Ricardo Tiezzi, sobre a verdadeira guerra entre a direção da Cia. Siderúrgica Nacional e a cidade de Volta Redonda.
“O dinheiro sujo da corrupção” – como a Suíça entregou Maluf, de Rui Martins, sobre a lavagem de dinheiro e as contas de Paulo Maluf no exterior.
“CPI da Pirataria – os segredos do contrabando e da falsificação no Brasil”, do deputado Luiz Antonio de Medeiros, sobre a pirataria de produtos e o crime organizado.
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