O Papa Francisco, que morreu nesta manhã no Vaticano, era amigo dos evangélicos – grupo cristão em grande crescimento, especialmente no Brasil, tido como a maior nação católica do mundo.
O registro foi feito pelo pastor capixaba Kenner Terra, que atuou na Igreja da Praia (Batista da Praia do Canto) e hoje está na Igreja Batista da Água Branca em São Paulo, ao lado de Ed Renè Kivitz.
“Nesta madrugada, 21 de abril, aos 88 anos, faleceu um dos papas mais emblemáticos da história. Jorge Mario Bergoglio, desde quando tornou-se líder da igreja, levou com seriedade seu voto de simplicidade rejeitando várias das regalias do Vaticano e sendo mais próximo do povo.
Papa Francisco respeitava e amava os protestantes. Um exemplo simbólico foi sua visita ao amigo pentecostal Giovanni Traenttino, pastor da Igreja Evangélica da Reconciliação, Caserta, Sul da Itália. Além disso, é conhecida sua relação de oração e partilha com pastores argentinos desde quando trabalhou na Arquidiocese de Buenos Aires.
Corajosamente, o que poucos antes dele foram capazes, o Pontífice travou uma batalha contra a pedofilia e abuso sexual igreja, anulando instrumentos institucionais de silenciamento e conivência.
Além disso, sua encíclica Laudato Si’ foi o primeiro documento papal a respeito da relação entre fé e meio ambiente. Nesse importante texto, Papa Francisco desenvolve uma lindíssima teologia da criação e demostra biblicamente a relação ente fé cristã e ecologia.
Suas reflexões a respeito da oração, comunhão e justiça são profundas e sensíveis, dignas dos que desejam seguir Jesus de Nazaré.
Sua simplicidade, coragem e cuidado com os mais fundeáveis, desenvolvido desde seus trabalhos periferias da Argentina, sempre me impactaram e servirão de legado”.
POPULARIDADE ENTRE PROTESTANTES
Uma pesquisa realizada em 2015, antes da viagem do Pontífice ao Estados Unidos z demonstrou que a popularidade do papa Francisco estava aumentando não só na Igreja Católica, como também na tradicional Igreja Protestante (as chamadas Igrejas históricas).
De acordo com uma pesquisa feita pela LifeWay Research, 40% dos pastores protestantes americanos afirmavam ter uma visão mais positiva sobre a Igreja Católica depois da liderança do pontífice argentino.
Por outro lado, os pastores evangélicos pentecostais mostravam-se mais céticos do que os protestantes em relação ao papa. Deles, 58% acreditavam que o pontífice é um verdadeiro cristão, em comparação com 80% dos pastores protestantes.
DOs pastores protestantes, 57% mostravam-se mais propensos a valorizar a opinião do papa do que o grupo pequeno de 36% de evangélicos.
Metade dos pastores protestantes afirmam que o impacto do papa tem sido muito positivo, em comparação a 30% dos pastores evangélicos.
A pesquisa foi realizada antes da viagem de Francisco para os Estados Unidos esta semana, nação onde seu índice de aprovação é alto entre a população.
Alguns comentaristas atribuíram a popularidade do papa à sua posição mais suave em relação a questões como a homossexualidade e o aborto, além de evidenciar a mensagem de amor de Jesus e a defesa aos pobres.
Contradição
Para Ed Stetzer, diretor da LifeWay, observar o apoio ao papa vindo de pastores protestantes, que surgiram após a Reforma Protestante, é algo contraditório.
“A pesquisa mostra, de fato, o resultado do ‘Efeito Francisco’, já que ele é apoiado pelo grupo de pessoas nomeadas para protestar contra a própria fé conduzida pelo papa.”
“Os precursores dos atuais pastores protestantes — Lutero, Wesley, Spurgeon e muitos outros — certamente não veriam o papa como seu ‘irmão em Cristo’. Dentro de alguns séculos, o papa passou de ‘anti-Cristo’ para ‘irmão em Cristo’ para muitos protestantes”, disse Stetzer. (Da Redação com Guia-me.com)
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