Um suposto ofício emitido pelo Ministério Público Federal, datado de 17.12.2022, causou alvoroço e acirrou os ânimos da extrema direita bolsonarista no Espírito Santo, especialmente no acampamento de manifestantes em frente ao 38° Batalhão de Infantaria, na Prainha, em Vila Velha.
No documento, que é falso, conforme informado à Tribuna Norte-Leste pela assessoria do Ministério Público Federal no início da tarde deste domingo (18), o órgão teria solicitado ao Governo do Estado a utilização do Batalhão de Missões Especiais (BME) para fazer cumprir o mandado de prisão expedido pelo Ministro Alexandre Moraes contra o pastor Fabiano Oliveira, apontado pelo Ministério Público do Espírito Santo – ao lado do radialista e suplente de deputado estadual Max Pitangui, também com prisão decretada – como líder dos atos antidemocráticos em frente ao quartel do Exército.
Cópias do suposto pedido chegou a vários jornalistas na manhã deste domingo e foi amplamente distribuído em grupos de whatsapp de grupos extremistas, depois de ser divulgado no perfil do Instagram do jornalista Oswaldo Eustáquio, um dos principais indiciados no inquérito das fake news e milícias digitais presidido no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Alexandre Moraes.
Nenhuma autoridade estadual identificou a chegada do suposto pedido. Depois, o próprio MPF fez buscas e não encontrou nada no sistema. Mais que isso, identificou as flagrantes evidências de falsificação no “documento” e de falsidade ideológica de seu autor ou autores: o documento cita três unidades diferentes do MPF (veja foto) – a logo é da Procuradoria da 2a Região que fica no Rio, o número do ofício remete à Procuradoria no ES e quem teria assinado é a vice-procuradora geral da República, que fica na PGR, em Brasília.
Os manifestantes pedem uma intervenção militar com o presidente derrotado no poder. Eles alegam, sem provas, que houve fraude nas eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de a inspeção do pleito pelas Forças Armadas não ter identificado irregularidades no pleito, os bolsonaristas pedem “socorro” aos militares. (Da Redação)
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