A tão esperada chuva de verão chegou na região Noroeste do Espírito Santo, sendo comemorada em várias cidades. As pessoas fizeram vídeos e compartilharam em aplicativos de mensagens com manifestações de alegria, pois a estiagem já vinha causando preocupações e trazendo a lembrança da severa estiagem de 2015, que afetou duramente as regiões Norte e Noroeste capixaba.
Em algumas cidades, como Ecoporanga, a chuva chegou acompanhada de tempestade de raios e trovoadas, em alguns momentos provocando a queda de energia, o que não chegou a incomodar a população. O município apresentou as imagens mais dramáticas de 2015, com ossadas bovinas espalhadas pelas pastagens secas e reservatórios de água praticamente secos. Até o abastecimento humano correu risco e foi preciso racionar a água.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, no final da tarde desta sexta-feira (5) aviso iniciando às 19:08 de chuvas entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h). Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas para o Norte e Noroeste do Espírito Santo.
No município de Barra de São Francisco, boa quantidade de chuva caiu no distrito de Paulista, vizinho de Vila Pavão, onde também a população registrou imagens da chuva molhando a cidade e as lavouras. Na maior cidade do Noroeste, o prefeito Enivaldo dos Anjos determinou, nos primeiros dias de sua gestão, completa limpeza e desobstrução dos rios São Francisco e Itaúna para evitar novas inundações.
“Estamos melhor preparados para as chuvas, porque tiramos mais de mil toneladas de entulhos dos rios, desobstruindo seu curso e aprofundando a calha para que a água que vier das chuvas possa correr livremente em direção ao leito do rio São Mateus”, disse o prefeito Enivaldo.
REPRESA
O susto provocado pela estiagem de 2015 levou o Governo do Estado a tomar uma série de providências, construindo mais de 60 represas em todo o Espírito Santo. Barra de São Francisco ganhou um reservatório na propriedade da família Bianquini, no leito do rio Itaúnas, a jusante da cidade.
Quando houve a estiagem de seis anos atrás, a equipe de meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) explicou que, do ponto de vista meteorológico, o fenômeno esteve associado ao baixo volume de chuvas que ocorreu no ano de 2014, em que o total de chuva acumulado ficou abaixo da média histórica principalmente nos meses chuvosos, de janeiro a março e de meados de outubro a dezembro.
Essa falta de chuva se prolongou no início de 2015. No início daquele ano, apenas a região Nordeste e o Extremo Norte foram contemplados por chuvas fracas em pontos isolados.
De acordo com a equipe de meteorologia Incaper, um bloqueio atmosférico manteve o tempo seco e quente na maior parte do Estado. Este sistema meteorológico nada mais é que um anticiclone, sistema de alta pressão ou, mais popularmente, massa de ar seco. Mas não é qualquer massa de ar seco, uma vez que esta estaciona sobre uma determinada região por cinco ou mais dias. Um bloqueio atmosférico geralmente é identificado na porção média da troposfera, ou seja, por volta de 5 km de altura em relação à superfície do mar.
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