Sara Reis dos Santos, de 31 anos, proprietária de uma creche que funcionava sem autorização na Serra, concedeu uma entrevista exclusiva à reportagem da TV Vitória/Record. Pela primeira vez, Sara falou sobre a morte de uma criança em sua creche e sua prisão.
O Caso

O caso ocorreu em setembro de 2023. Bernardo Ribeiro Pereira morreu asfixiado, e Sara foi indiciada por homicídio qualificado por dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. No entanto, ela conseguiu a liberdade e foi solta. De acordo com a polícia, o socorro ao bebê foi realizado de forma inadequada. A investigação apontou que Bernardo passou mal, vomitou e engasgou, mas Sara contesta a versão oficial.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, Sara detalhou os eventos do dia. Durante o horário de sono das crianças mais novas, ela estava cuidando das mais velhas. “A porta estava aberta, sempre de olho para ver se elas estavam bem. Entretanto, por volta de 14h30, que é o horário que acordava todo mundo para voltar às atividades, cheguei no quarto chamando ele”, relatou Sara.
Ela afirmou que, enquanto brincava com as crianças mais velhas, percebeu que Bernardo não acordou. “De acordo com os laudos, a criança morreu asfixiada. A creche não tinha nenhum tipo de autorização para funcionar. Também constatamos que o socorro à criança não ocorreu da forma adequada”, relatou o titular do 10º Distrito Policial da Serra, delegado Josafá Silva.
Sara descreveu que, ao notar que Bernardo não estava reagindo, saiu correndo e gritando por socorro. “Imediatamente sai correndo, gritando os vizinhos na janela, chamei a minha vizinha, chamei a loja da frente. Peguei o telefone e liguei para a mãe dele, ligamos para o Samu”, detalhou.
Creche não era regularizada
As investigações revelaram que a creche operava sem a devida regularização e alvará dos órgãos competentes, como a Vigilância Sanitária, a Secretaria de Educação (Sedu) e o Corpo de Bombeiros. Sara explicou que começou a cuidar de crianças porque estava desempregada e, no dia da morte de Bernardo, estava sozinha cuidando de onze crianças. “Por um tempo eu tinha uma pessoa comigo, mas percebi que as crianças não davam tanto trabalho, elas eram obedientes e vi que não tinha necessidade de ficar com ela”, contou.
Sara também admitiu não ser profissional da área, tendo iniciado o cuidado infantil para complementar a renda familiar.
Mãe da criança pede justiça
Islane, mãe de Bernardo, expressou sua dor e pediu por justiça. “Todo dia acordo e peço para que Deus me dê força para buscar a justiça, para eu ver a responsável pagar. Porque sei que não trará ele de volta, mas eu saber que a justiça foi feita vai me trazer um alívio e uma paz”.
(Da Redação com TV Vitória e Folha Vitória)




















