A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito da morte da jovem Thamyris Alexandra Virgulino Pascoal, 18 anos, em Marilândia, a 25km de Colatina, mas o delegado Leonardo Ávila, que investiga o caso, está convencido de que ela foi assassinada por Ivanildo Pereira da Silva, 35 anos.
O raciocínio do delegado parte premissas básicas do trabalho policial. Quando foi chamado pela primeira vez à Delegacia de Polícia de Marilândia para ser ouvido, Ivanldo era apenas testemunha e disse que não tinha visto a moça.
Ocorre que a amiga de Thamyris, em cuja casa ela disse a mãe que passaria a noite, informou à família que a moça tinha saído para a casa de Ivanildo. E a polícia já estava em campo reunindo provas, encontrando imagens que comprovariam o encontro dos dois. Como Ivanildo mentiu, a Polícia pediu à Justiça a decretação de sua prisão temporária por 30 dias.
“Quando fomos procurá-lo, ele havia fugido. Se não matou, por que fugiu? E por que mentiu dizendo que não a havia visto? Tudo conspirava contra ele, que é nosso velho conhecido. Veio de Minas e estava morando em Marilândia há alguns anos. Já o prendemos várias vezes, por diferentes crimes”, disse Leandro para a Tribuna Norte-Leste.
O delegado informou que Ivanildo é casado e tem dois filhos. Havia brigado com a mulher no final de semana e estava em outra casa, para onde teria atraído Thamyris.
“Ela, tão nova e cheia de possibilidades, infelizmente estava se envolvendo com drogas e sabia que Ivanildo tinha o que ela queria ”, disse o delegado.
FUGA E CERCO
Quando a polícia descobriu que Ivanildo fugiu, acionou o cerco de segurança e o suspeito foi visualizado em Joassuba, fugindo em companhia de uma mulher. Foi acompanhado e a equipe de Marilândia o encontrou num hotel em Ecoporanga.
“Após a abordagem e informado da decretação de sua prisão, ainda tentou negar. Mas mostramos a ele as provas, imagens que mostravam que ele havia mentido no primeiro depoimento. Então, ele veio com a história de que eles usaram drogas juntos e que ela teve uma overdose e morte súbita”, disse Ávila.
Nesse momento o delegado o convenceu a colaborar e indicar onde estava o corpo. Afinal, se Ivanildo fala a verdade sobre a morte súbita, nada melhor para ele do que os peritos comprovarem isso e, para que tal acontecesse, teriam que examinar o corpo.
Embora não descarte a hipótese da morte por overdose, a experiência leva o delegado a não acreditar nisso. A primeira evidência é onde Ivanildo encerrou o corpo numa cova rasa. A segunda é o histórico criminoso do suspeito.
“A Thamyris foi enterrada num lugar de difícil acesso, no meio da mata. Fomos de carro numa estrada de barro e tivemos de caminhar por quase dois quilômetros mato a dentro. Ele fez de um jeito que dificultasse encontrar. O perito que foi ao local não conseguiu ver sinais de violência, porque o corpo estava em adiantado estado de decomposição e muito inchado”, informou.
Agora, é aguardar os laudos, mas o delegado acha que não houve uso de arma branca ou de fogo. Se houve assassinato, o mais provável é que tenha sido por meio mecânico, um estrangulamento por exemplo.
“Talvez ele tenha dado drogas a ela e depois se desentendido por alguma causa e ele a matou. Na casa dele, não havia sangue. De toda forma, qualquer coisa mais definitiva somente poderá ser dita após os trabalhos da Polícia Técnica e Científica”, disse Leonardo Ávila.
Thamyris Alexandra Virgulino Pascoal, 18 anos, desapareceu na noite de terça-feira (9). Na quinta-feira (11) à noite o principal suspeito, Ivanildo Pereira, foi preso em companhia de uma mulher num hotel em Ecoporanga, a 200km do local do fato.
O carro que Ivanildo dirigia foi apreendido para perícia. Sua prisão é temporária por 30 dias e poderá ser convertida em preventiva. O inquérito poderá ser concluído em menos de 30 dias, se os trabalhos periciais forem mais conclusivos. (Da Redação)
Polícia prende em Ecoporanga suspeito pela morte de jovem de 18 anos em Marilândia
Comente este post