O Flamengo apresentou oficialmente Jorge Sampaoli como novo técnico do time, na tarde desta segunda-feira, 17, no Ninho do Urubu. O “namoro” entre clube e treinador vem de outros verões, mas só deu certo agora. Entre outros motivos porque, para Sampaoli, treinar o Rubro-Negro se tornou uma prioridade.
“Passaram muitas oportunidades para vir aqui. Para mim, hoje, era o plano A de escolha. Mais que qualquer proposta da Europa, decidi ficar aqui. Coincidiram as possibilidades e sou agradecido pela oportunidade”, disse o técnico.
A contratação do argentino foi anunciada na última sexta-feira. Tão logo confirmado o negócio, ele enfrentou uma maratona de 20 horas desde a Espanha para chegar o mais rápido possível ao Rio.
O primeiro treino no comando do time aconteceu logo na sequência da entrevista coletiva. Nesta quarta-feira, 19, ele vai comandar o Flamengo diante do Ñublense (CHI), pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.
Ao apresentar Sampaoli, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, admitiu que o interesse era recíproco, e destacou a afinidade que o técnico tem com o Flamengo.
“Nossa satisfação de poder estar contando com o Sampaoli que é um sonho antigo do Flamengo. Foram várias vezes das quais nós conversamos. Dessa vez houve a possibilidade de ambos os lados chegarem a um acordo. Sampaoli tem a cara do Flamengo, a determinação, a vontade de vencer, energia, a forma de jogar que tenta implementar nos seus times que é exatamente o modelo que toda a nação rubro-negra espera de ver o time jogar”, afirmou o dirigente.
Antes mesmo de ser apresentado, Sampaoli já iniciou o trabalho pelo Flamengo. No domingo, o técnico chegou cedo ao Maracanã para assistir a vitória sobre o Coritiba. Ele acompanhou a partida ao lado dos dirigentes e já pôde observar o que o espera nessa empreitada que inicia no meio da temporada.
Um dos principais questionamentos sobre o trabalho do antecessor Vítor Pereira era sua opção por utilizar alguns jogadores fora do posicionamento a que estavam acostumados. Questionado sobre forma com a qual pretende organizar o time em campo, Sampaoli admitiu que também prefere um estilo de jogo posicional, mas sem perder de vista as características dos jogadores.
“No último tempo, nós jogamos de maneira posicional, de uma estrutura bem definida. O que vai acontecer que progressivamente tenhamos a possibilidade de educar a um plantel de jogar dessa forma. E nessa progressão, estará a minha capacidade de convencimento o mais rápido possível. Sempre digo o mesmo: “de nada me adianta ser autoritário sem pensar que, no futebol, o mais importante são os futebolistas e não o treinador”. Para mim, é assim. Os jogadores as vezes ganham e as vezes perdem partidas. Mas eu preciso dar uma formação que lhe permitam desfrutar desse jogo.”
Veja outras respostas do treinador
Sobre o elenco
“O futebol não te dá a possibilidade de escolha. É melhor começar o ciclo, mas esta vez começou assim. Quando decidi chegar aqui, foi pela qualidade dos jogadores que o time tem que permite que coloque em prática o que penso futebolisticamente. A respeito do meu sobrenome, não importa sinceramente como se pronuncia.”
Sampaoli responde como se adaptará aos jogadores
“A segunda pergunta também é relacionada ao diagnóstico. Diagnóstico como não temos muito tempo, tem que ser rápido e certeiro. Diagnostico quais são os jogadores que podem jogar na quarta e domingo, quem não pode. Quem pode jogar de maneira natural, de maneira socioafetiva, natural, podem jogar em superioridade também. No caso de Pedro e Gabigol, jogaram muito bem juntos com Dorival. Então é definir que cada jogo é diferente e que algumas vezes podem ser e outras vezes não. Isso também é importante. A simplicidade disso te define basicamente os jogadores.”
Gerson
“Eu penso que cada jogador é um ser humano e Gerson custou a se adaptar quando chegou no Marselha. Terminou sendo fundamental naquele vice campeonato, fundamental. Jogando muito bem em qualquer posição. Depois chegou outro treinador no Marselha que não acreditava muito no Gerson. Sofreu muito nesta etapa. De volta ao Brasil, teve um monte de adaptações, mas quem vai discutir a capacidade de Gerson. Impossível, mas claro emocionalmente precisa voltar a sua melhor versão. Porque isso faz com que a parte técnica tenha chance de ganhar.”
Relação com a torcida
“A torcida do Flamengo desfruta muito cada vitória do time. Então a minha obrigação é a felicidade de toda a torcida. Vou tentar entregar toda a minha capacidade e experiência para que isso aconteça a cada participação (partida), isso não quer dizer que aconteça sempre. Hoje precisamos muito desse time para voltar a ter a capacidade competitiva de poder dar a toda a torcida muito mais alegrias.”
Currículo no Brasil
Jorge Sampaoli é argentino, mas começou o sucesso no futebol no Chile, a partir de 2011, quando conquistou a Copa Sul-Americana com a Universidad do Chile – na campanha, eliminou o Flamengo nas oitavas de final com direito a uma goleada por 4 x 0 no Rio de Janeiro.
Em 2012, assumiu o comando da seleção chilena e conquistou em 2015 a primeira Copa América da história do país. Em 2016, teve a primeira chance na Europa, no comando do Sevilla. A passagem foi rápida, e o destino seguinte foi a seleção da Argentina.
Na Gávea, o treinador é credenciado pelo estilo de jogo, a experiência no futebol brasileiro e o entusiasmo do presidente Rodolfo Landim. Em 2019, no comando do Santos, ele foi o maior desafiante do Flamengo de Jorge Jesus e terminou o Brasileirão na vice-liderança. No ano seguinte, levou o Galo ao terceiro lugar.
Os resultados positivos no Brasil o levaram de volta à Europa. Primeiro ao Olympique de Marselha, da França, onde ficou por pouco mais de uma temporada, teve bons números e pediu demissão após desentendimento com a diretoria. O último trabalho foi uma volta ao Sevilla, mas a passagem durou apenas cinco meses. Ameaçado de rebaixamento, o clube demitiu Sampaoli no dia 21 de março. (Da Redação com ge)
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