Há uma semana a Polícia Federal divulgou a megaoperação internacional, em cooperação com a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), Policiais Cataris, Indonésios e Australianos que, juntos, atuaram durante os últimos 30 dias, e que resultou na apreensão de 283kg de cocaína e a prisão de um australiano.
Na operação, um mergulhador capixaba morreu afogado no mar de New Castle, cidade da Austrália, e, antes mesmo que a família dele soubesse, a Tribuna Norte-Leste apurou que o capixaba, a serviço do tráfico internacional, era de uma cidade do Norte. Agora, o nome desse mergulhador é divulgado: Bruno Borges, 31 anos, natural da região de Barra Nova, em São Mateus.
A revelação do nome foi feita pelo portal Gazeta Online uma semana depois do fato, acrescentando que Bruno era filho de um pescador de Barra Nova e dizia para os pais que vivia entre Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória. Havia cerca de quatro meses que ele não aparecia em casa. Agora, a família, decepcionada, descobriu que o filho estava a serviço do tráfico internacional de drogas.
De acordo com o portal da capital, o pai de Bruno, o pescador Natanael Benedito Martins, 60 anos, disse que, se a família ao menos suspeitasse das atividades do filho, certamente Bruno não estaria onde estava e onde morreu, tentando escapar do flagrante da polícia internacional, depois de ter sua viagem toda monitorada.
A Força Tarefa de Segurança Pública do Espírito Santo, composta por Policiais Federais, Rodoviários Federais e Guardas Civis Municipais de Vitória, Vila Velha e Serra, finalizou uma ação de cooperação internacional com a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), Policiais Cataris, Indonésios e Australianos que, juntos, atuaram durante os últimos 30 dias.
Um australiano foi preso, outros dois envolvidos estão sendo procurados, 179 quilos de cocaína foram apreendidos na Indonésia e outros 104 na Austrália.
Durante a empreitada criminosa um capixaba da região norte do Espírito Santo se afogou no mar de New Castle, cidade da Austrália, e morreu de forma trágica. O nome não foi divulgado na época pela Polícia Federal para não expor a familia, que ainda não sabia do ocorrido.
ENTENDA O CASO
A investigação começou no dia 10 de abril, ainda no Espírito Santo, buscando a identificação do capixaba, mergulhador profissional, que teria sido contratado por traficantes internacionais para a colocação de uma carga de cocaína no casco de um navio que seguiria para o exterior. Agora, se sabe que esse nome era Bruno Borges.
Ocorre que, quando finalmente a equipe responsável pelo caso conseguiu identificar Bruno, ele já havia deixado o país em direção ao Catar. Alertados pela PF, os cataris então procederam vigilância por alguns dias, perceberam que um segundo brasileiro, também mergulhador, se juntou ao primeiro e que ambos haviam comprado bilhetes para Bali, na Indonésia.
Novamente, agora com o apoio da DEA (Drugs Enforcement Administration), foi montada uma estrutura de vigilância no aeroporto de Bali, o que permitiu determinar o local onde a dupla estava hospedada. Após quase uma semana de acompanhamento, os homens embarcaram em um veleiro de propriedade de um cidadão francês, na companhia de dois tripulantes australianos, em direção a Austrália.
O acompanhamento em alto mar foi prejudicado em razão da complexa logística necessária, mas enquanto as buscas pelo veleiro continuavam, os oficiais indonésios perceberam que um grande cargueiro havia desligado o equipamento que permite saber a localização dos navios (AIS – Automatic Identification System).
Diante da manobra incomum, a equipe se deslocou para o local de último ponto de registro do navio e encontrou uma carga de 179 quilos de cocaína submersa e amarrada em uma boia marítima. O veleiro e os tripulantes não foram encontrados.
Em razão da região em que a carga de cocaína foi encontrada, foi solicitado aos indonésios o compartilhamento de todos os dados e fatos com as autoridades australianas.
Desde novembro do ano passado a Polícia Federal tem feito ações constantes contra o cartel internacional que utiliza portos capixabas para enviar drogas para o Exterior, utilizando-se de mergulhadores profissionais para afixarem, nos casos dos navios, os pacotes de cocaína. Esses mesmos mergulhadores viajam em seguida para o porto de destino para retirada da droga.
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