Dizer no início do ano que Chelsea e Real Madrid decidiriam uma vaga na final da Liga dos Campeões poderia soar como brincadeira para muitos. O time espanhol chegou à última rodada da fase de grupos ameaçado e viu Zidane sob pressão. O time inglês demitiu o seu técnico. Mas, cinco meses depois, o cenário é bem diferente. Em um confronto aberto, ambos disputam quem decidirá o torneio com o Manchester City, no próximo dia 29, em Istambul.
Com o 1 x 1 no jogo de ida, em Madri, o Chelsea passa se empatar por 0 x 0. Um novo 1 x 1 leva a decisão para prorrogação e pênaltis. Empate com dois ou mais gols dá a vaga aos merengues, que buscam a 17ª final de Champions e o 14º título. Segundo maior campeão, o Milan, que tem sete conquistas, é o segundo time com mais presenças em decisões: 11.
Tricampeão entre 2016 e 2018, Zidane tenta chegar à sua quarta decisão. E conta com uma boa base daquele elenco. Ele ainda tem 11 jogadores que o acompanharam nas três conquistas. Asensio esteve nas duas últimas.
O francês conhece muito bem o seu grupo e diz que nunca duvidou de sua capacidade. Mesmo que o principal craque do Tri, Cristiano Ronaldo, esteja longe há três anos.
“Eu tiro o chapéu diante do que minha equipe está fazendo. No futebol, não há milagres. Estamos aqui pelo nosso trabalho”, garantiu Zidane.
O Real chegou à última rodada da fase de grupos com chances inéditas de ser eliminado. Enquanto isso, se via longe da disputa pelo título no Campeonato Espanhol. Mas o jogo virou.
“Claro que sabemos que como equipe, não foi um ano muito tranquilo, mas o superamos. Passamos por muitas lesões. Estamos em maio e estamos em duas competições para ganhá-las. O que passou, passou, agora estamos aqui. Vamos dar tudo”, disse o volante alemão Kroos.
O time reagiu na segunda metade da temporada com a força do seu artilheiro, Benzema, que tem 28 gols na temporada, a experiência do trio Casemiro, Kroos e Modric no meio-campo e alguns coringas, como Vini Junior, herói nas quartas de final, diante do Liverpool, e Militão, destaque na ausência de Sergio Ramos.
Nesta quarta, o trunfo é justamente a volta do seu capitão. Ramos atuou apenas em 20 dos 47 jogos do Real na temporada. Desfalcou a equipe em sete partidas na Champions, inclusive os dois duelos com o Liverpool e o jogo de ida com o Chelsea. Mas deve jogar em Londres.
“Se ele viajou conosco, é porque está preparado. Isso é o importante. Temos o nosso líder”, decretou Zidane.
O lateral Carvajal e o atacante Lucas Vázquez – também utilizado como lateral – estão fora, ambos lesionados. O lateral-esquerdo Mendy e o zagueiro Varane seguem como dúvida.
Forte defesa é trunfo para Chelsea de Tuchel
O Chelsea vai entrar em campo no Stamford Bridge com o placar que precisa. Se não levar gols, o time londrino avança para fazer a sua terceira final de Champions. A equipe foi vice em 2008, quando perdeu para o Manchester United, e venceu em 2012, diante do Bayern de Munique.
Não tomar gols é uma especialidade da equipe de Thomas Tuchel. O alemão tem 23 partidas no comando do Chelsea e não foi vazado em 17 delas. E mais: em nove jogos no Stamford Bridge, a equipe não levou gols em oito desde que o ex-técnico do PSG chegou.
Mas Thomas Tuchel promete não pensar apenas em manter essa vantagem.
“Temos que esquecer o resultado da ida. Começamos novamente em 0 a 0. Só sei preparar uma partida para vencer, para buscar a vitória. Isso é futebol, estamos na semifinal. Só venceremos o Real se estivermos no melhor nível”, avaliou o treinador.
O técnico alemão tem força máxima para a partida. A única dúvida é Kovacic, com incômodo na coxa. Nesta quarta, Kai Havertz deve ganhar uma chance no time titular e tomar o lugar de Werner, em relação ao time que empatou com o Real no jogo de ida. (Weber Andrade com ge)
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