A federalização do trecho inicial da BR 381, entre o KM 0, em São Mateus (ES), e o KM 302, em Governador Valadares (MG), começou a tramitar na Câmara dos Deputados através do projeto de lei 4002/2021, assinado em conjunto pelos deputados Hercílio Coelho Diniz (MDB-MG) e Felipe Rigoni (PSB-ES). Atualmente, os dois trechos estão estadualizados e são mantidos pelos governos de Minas e Espírito Santo.
O objetivo da proposta dos dois parlamentares é fortalecer o corredor logístico que está em fase de projeto e discussão para as regiões Leste de Minas e Norte do Espírito Santo, composto ainda da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo (EFMES) e o Centro Portuário de São Mateus, além da Estrada de Ferro Juscelino Kubtscheck (EFJK), ligando Barra de São Francisco, no Noroeste capixaba, a Brasília.
“Este é o primeiro passo para a duplicação da rodovia entre os dois estados, eliminando-se o gargalo atualmente existente e que levou a BR 381 a ser denominada rodovia da morte. A duplicação entre Belo Horizonte e Governador Valadares já está em andamento, mas faltavam iniciativas para duplicar também o trecho de Valadares a São Mateus”, disse o deputado Hercilio Diniz.

Felipe Rigoni já participa da Comissão de Viação e Transportes, a principal na discussão de matérias desta natureza, enquanto Hercílio Diniz, 58 anos, que está em seu primeiro mandato, disse que em fevereiro vai pedir para integrar essa comissão “a fim de fortalecer o movimento pela federalização e duplicação da rodovia, seja por meio de uma parceria público-privada, seja por meio de concessão”.
PRECARIEDADE
“O trecho rodoviário em questão desempenha indissociável papel de integração estadual, mas apresenta infraestrutura precário, de modo que cidadãos instituíram páginas de acompanhamento de acidentes e demais ocorrências na rodovia. É urgente que haja a sua duplicação e para isso precisamos que seja integrado ao mapa do Sistema Rodoviário Federal a fim de que o Ministério da Infraestrutura possa incluí-lo em seus projetos”, disse o deputado Felipe Rigoni em sua justificativa.

De acordo com Diniz, a recente inclusão do Leste Mineiro na região de benefícios da Sudene veio contribuir para a implementação de projetos com o corredor logístico. “Essa rodovia é fundamental para fazer a interligação das BRs 116 e 101 e o litoral do Espírito Santo. Vai favorecer não apenas o transporte de cargas, mas também o turismo. Nossa região no verão desce toda por ela em direção ao Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia”, observou Diniz.
ROTA 381
Em março deste ano, o prefeito de Barra de São Francisco, Enivaldo dos Anjos, liderou um seminário que resultou no lançamento do Movimento Pró-Corredor Logístico Rota 381, em que uma das principais solicitações foi a duplicação da BR 381, bem como o apoio de autoridades aos projetos da ferrovia Minas-Espírito Santo e do Centro Portuário de São Mateus.
O seminário foi realizado a partir da sede da Petrocity Portos, em Vitória, com a participação não apenas da direção da empresa, mas de outros representantes do setor logístico, quando o diretor-executivo da Associação Noroeste de Produtores de Rochas Ornamentais (Anpo), Mário Imbroisi, defendeu a criação de um porto seco em Barra de São Francisco, que sediará uma das Unidades de Transbordo e Armazenagem de Cargas (UTAC) da ferrovia.
Como resultado do seminário e do lançamento do movimento, um documento formal foi assinado pelo prefeito de Barra de São Francisco, juntamente com os prefeitos de São Mateus e de Governador Valadares, destinado destinado ao Presidente Jair Bolsonaro, ao ministro Tarciso Freitas, da Infraestrutura, e aos governadores de Minas, Romeu Zema, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, pedindo apoio ao corredor logístico.
A federalização e duplicação da BR 381 beneficiaria, diretamente, nove municípios dos dois Estados: em Minas – Governador Valadares, Galiléia, Divino das Laranjerias, Central de Minas, São João de Manteninha e Mantena; no Espírito Santo – Barra de São Francisco, Nova Venécia e São Mateus. (José Caldas da Costa)
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