A “Operação Vênus”, desencadeada a partir do Ministério Público de São Paulo, chegou à cidade capixaba mais famosa por seu polo de confecções: Colatina, 120 mil habitantes, a 125 quilômetros de Vitória, no Norte do Espírito Santo. Mas, por que uma operação contra uma empresa paulista foi chegar na “Princesa do Norte”?
A resposta não é muito complicada. Desde 2011, a Polo Wear, locomotiva do Grupo Restum, alvo da operação por fraudes fiscais que podem passar de R$ 3 bilhões, em impostos estaduais e federais, fabrica toda sua linha jeans a partir de duas unidades fabris: a principal em Colatina, no antigo galpão da capixaba Lei Básica, no bairro Honório Fraga, e outra em Marilândia, município vizinho, a 25 quilômetros da principal unidade.
São gerados mais de 800 empregos diretos e mais de 6 mil empregos indiretos nas duas fábricas, que produzem 400 mil peças entre calças jeans, camisetas e bermudas mensalmente, respondendo por mais de 50% do jeans produzido na região.
Essa produção vai para o Centro de Distribuição da Polo Wear, em Jundiaí (SP), de onde são abastecidas mais de 100 lojas espalhadas em todo o País. Para produzir tanto, a empresa consome 30 mil metros de tecidos por dia – mais de 7 milhões de metros por ano. Ou seja, se o tecido usado pela Polo Wear, com índigo da Santista, Vicunha e Cedro, fosse estendido em linha reta daria para chegar a Paris, capital mundial da moda.
“GRIFE DAS ESTRELAS”
A Polo Wear foi criada em 2009 por Roberto Restum, mas a estrela do grupo é outra. Loira, bonita, ousada e empreendedora. Assim é Adriana Restum, mulher de Roberto, proprietária de um salão de beleza e de quatro grifes – Planet Girls, G.Rock, A.R. Store e SMK – que podem ser encontradas em mais de 100 lojas próprias e também em revendas multimarcas, além de duas fábricas responsáveis pela produção das peças.
São marcas que fazem parte do Grupo Restum, que nesta quarta-feira (06) sofreu uma megaoperação do Ministério Público. Adriana, quando criança, diz que chegou a passar fome e frio, e logo cedo começou a trabalhar para mudar seu destino. Começou como arrematadora em uma fábrica de jeans e com o tempo foi assumindo novas funções.
Muito bonita e sempre interessada pelo mundo da moda, decidiu criar uma marca para valorizar o corpo da mulher e, em 1997, com o apoio do marido, abriu uma pequena loja em Jundiaí (SP) para avaliar sua vocação para a área de negócios. Desse embrião, no mesmo ano surgiria a Planet Girls.
“A marca ficou nacionalmente conhecida como ‘A grife das estrelas’, pois agradou várias celebridades por seu bom gosto e pelo toque de sensualidade que algumas coleções possuem”, diz Adriana.
Carro-chefe do grupo, a Planet Girls é uma das grifes de moda que mais investiu em celebridades como garotas propagandas. A atriz Bruna Marquezine é uma delas e estampou a a coleção Summer Luxury 2015.
Em sua página na internet, a Planet Girls informa que nasceu de um sonho de infância. Adriana Restum, apaixonada por moda, que tinha a intenção de criar uma marca que deixasse as mulheres poderosas.
Foi em 1997, em uma viagem internacional que o sonho se tornou realidade. O nome se deu pelo fato de a idealizadora querer conquistar o planeta e globalizá-lo com o seu estilo. Assim, o mercado ganhou uma marca com identidade e DNA próprios. (Da Redação)
Foto capa: Centro de Distribuição da Polo Wear em Jundiaí (SP) (Reprodução)
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