O confronto com policiais militares que resultou na morte de três suspeitos de participarem de uma das organizações criminosas que disputam o controle do tráfico de drogas no Estado foi justificado pelo comandante geral da PM, coronel Douglas Claus, em entrevista coletiva no fina da manhã desta quarta-feira (27) como uma “ação legítima (das forças de segurança)” para manter o controle sobre as vias públicas nas mãos do Estado.
A morte das três pessoas – das quais, duas já foram identificadas como adolescentes que estavam participando do movimento do tráfico – foi a segunda de maior monta num intervalo de sete meses no Morro do Macaco, na região de Tabuazeiro, totalizando até aqui oito mortes em confrontos com a polícia.
“O Batalhão de Missões Especiais vem fazendo várias operações, junto com o Batalhão de Ações com Cães e com a Força Tática, no Complexo da Penha, onde o tráfico é controlado pelo Primeiro Comando da Capital, e no Morro do Macaco, sob domínio do Terceiro Comando Puro. Quando os policiais se aproximaram do Beco da Bomba avistaram diversos indivíduos armados, inclusive com fuzis, e, ao avistarem os policiais, os bandidos começaram a atirar”, disse Caus.
O comandante acrescentou que, “no estrito cumprimento do dever legal”, os policiais “revidaram à injusta agressão” e três elementos que estavam no meio do grupo armado foram baleados, “sendo socorridos, na forma da lei, para o hospital, onde acabaram vindo a óbito”. Segundo Caus, a apreensão de três pistolas rádio-comunicador, dinheiro e drogas é uma demonstração da ação do tráfico de drogas pelo grupo, “que ali vendem para os que acessam o bairro”.
“Da Glock”, um dos adolescentes que morreu após o confronto, segundo o coronel é um velho conhecido da polícia como gerente no Morro do Macaco da organização Terceiro Comando Puro, que é ligado ao TCP do Rio de Janeiro, enquanto o Primeiro Comando de Vitória (PCV), que teve um de seus principais líderes (Fernando Moraes, o Marujo) preso no dia 9 de março, depois de sete anos foragido.
Caus disse, ainda, que o policiamento foi reforçado no Morro do Macaco e arredores e que o patrulhamento pelo BME, com reforço do batalhão de cães e da Força Tática, vai continuar com a mesma intensidade.
“Essa é a função e PM e temos mantido, para garantir o domínio da via pública por parte do Estado e não de criminosos. Os elementos que morreram após enfrentarem a polícia têm passagens por tráfico e porte ilegal de armas. O BME, o BAC e a FT vão voltar para garantir que a população tenha o direito de ir e vir, de transitar de forma segura”, disse o comandante.
O coronel explicou que a dinâmica de operações da natureza da que foi feita na madrugada desta quarta-feira (27) é volúvel: “Quando há troca de tiros, os bandidos correm para todos os lados. Os policiais fazem varredura com técnica de segurança para evitar perdas do nosso lado, avançam mais lentamente por conta disso. Estamos fazendo diversas operações no Complexo da Penha, área do PCV, e também na Engenharia, na pracinha de Andorinhas e no Morro do Macaco, áreas do TCP, para manutenção do espaço público. No Espírito Santo, vamos continuar mantendo o domínio da via pública pelo Estado”.
Nesse novo caso de mortes em confronto, o coronel defendeu a ação da polícia como de legítima defesa: “Se somos confrontados, revidamos. Fomos confrontados com tiros de fuzis. Não conseguimos apreender fuzis porque a parte do grupo que estava com essas armas fugiu para a mata”. (Da Redação)
Bandidos recebem a PM a bala e três morrem em confronto no Morro do Macaco
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