Em Barra de São Francisco e região, não se fala em outra saída para a crise econômica: ir embora para os Estados Unidos. Até quem esteja indo para Portugal ou outro país da Europa, mas o sonho de ganhar cerca de US$ 8 por hora, cerca de R$ 50, ou seja, mais de R$ 400 por dia, em dez horas de trabalho.
Mas, o caminho para se chegar aos EUA está cada vez mais difícil. Porém, nem as histórias de gente morrendo no deserto, crianças abandonadas na fronteira do México, desanimam os emigrantes, que não veem solução para a crise econômica e política do país.
“Na minha região, em Vila Verde e Águas Claras, município de Pancas e Águia Branca, não está sobrando ninguém. Todo mundo indo embora de qualquer maneira para os EUA, passando pelo México”, conta uma moradora de vila Verde.
Em Barra de São Francisco o assunto é corriqueiro entre trabalhadores de supermercados e comércio em geral. Todos pensando em ‘dar o fora”.
Mas, nesta semana, o governo do México avisou que vai voltar a exigir vistos para brasileiros que desejarem entrar no país, segundo um documento publicado esta semana pelo governo mexicano. Ainda não se sabe quando a medida entrará em vigor.
Essa exigência apareceria como forma de desestimular a ida de brasileiros ao México que tentem migrar para os Estados Unidos por terra — a fronteira entre os dois países norte-americanos vive uma crise migratória com alto fluxo de pessoas, incluindo cidadãos do Brasil.
De acordo com números das autoridades americanas, foram mais de 46 mil brasileiros detidos na fronteira entre EUA e México entre outubro de 2020 a setembro de 2021. Isso é bem mais do que o dobro do registrado em 2019, quando eram 18 mil. Entre os detidos pelos agentes de fronteira, os brasileiros são os sextos mais numerosos.
No documento, o governo mexicano sinaliza que a exigência será temporária. “Os fluxos migratórios de brasileiros poderiam continuar utilizando indevidamente a supressão do requisito de vistos em passaportes ordinários para entrar no México com um fim diferente do permitido, por exemplo, realizar atividades remuneradas ou transitar de maneira irregular a um terceiro país, diz o texto.
Recentemente, chamou atenção o caso da brasileira Lenilda dos Santos, morta aos 49 anos enquanto tentava fazer a travessia entre o México e os EUA a pé. Com sede e fome, ela morreu sozinha no deserto americano, abandonada pelo coiote — nome dado a quem facilita a travessia — e pelos outros que faziam a viagem. Relembre no VÍDEO acima.
Senador dos EUA critica brasileiros ‘com roupa de grife’
O senador do Partido Republicano dos Estados Unidos Lindsey Graham afirmou, durante entrevista a uma rede de TV, que 40 mil brasileiros cruzaram a fronteira entre os EUA e o México “usando roupas de marcas e bolsas da Gucci”.
Ele, que faz parte do partido de oposição ao presidente Joe Biden, fez a afirmação à rede Fox News nesta quarta-feira, 13, mas não apresentou evidências do que afirmou.
“As escolhas políticas de Biden estão pelo mundo. Nós tivemos 40 mil brasileiros só no posto de fronteira de Yuma, indo para [o estado de] Connecticut usando roupas de marcas e bolsas da Gucci. Isso não é mais imigração econômica. As pessoas veem que os Estados Unidos estão abertos e tiram vantagem de nós, e não vai demorar muito para que um terrorista se misture a essa multidão.” (Da Redação com g1 Mundo)
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