
Os argentinos voltam às urnas neste domingo, 19, num clima de enorme desconfiança, para escolher o novo presidente em segundo turno, na eleição mais incerta do país.
“Até que me provem o contrário, não confio em nenhum dos dois candidatos”, diz o Roberto, veterano da Guerra das Malvinas, que marcou a história da Argentina nos anos 1980.
“Amanhã teremos o triunfo do menos pior. Como acontece muitas vezes na política, vai ganhar a opção por descarte”, resume o analista político Carlos Fara.
O ministro da economia, Sergio Massa, candidato da coalizão governista ‘União Pela Pátria’, está na política há décadas e diz que vai resolver os problemas econômicos na presidência.
E o deputado ultraliberal Javier Milei, do ‘A Liberdade Avança’ defende o fechamento do banco central e a troca do peso argentino pelo dólar. Ambos tentam superar a rejeição, que beira os 50% do eleitorado.
Neste sábado, 18, caminhões dos correios distribuíram as urnas em quase 17 mil localidades em todo o país. Mais de 35 milhões de eleitores estão habilitados a votar neste segundo turno. E o sistema de votação em cédulas de papel aumentou a tensão nos últimos dias.
Também neste sábado, a Câmara Nacional Eleitoral convocou representantes dos dois candidatos para uma reunião de emergência. É que na quinta-feira, 16, Karina Milei, irmão do candidato ultraliberal, foi à justiça denunciar que teria havido uma fraude colossal no primeiro turno, mas não apresentou provas.
Depois da reunião, os representantes de Sergio Massa disseram considerar que as denúncias de fraude foram descartadas. Já assessores de Javier Milei não quiseram fazer comentários sobre o que foi discutido. Um porta-voz da Câmara Nacional Eleitoral falou apenas que a reunião foi boa e que serviu para preservar a convivência democrática.
Desde sexta-feira, 17, está proibido fazer campanha. Também na sexta, Javier Milei foi ao tradicional Teatro Colón para assistir a uma ópera e acabou causando uma grande confusão. Enquanto parte da plateia aplaudiu o candidato ultraliberal, outra parte gritou palavras de ordem, chamando Milei de lixo e de representante da ditadura.
Sergio Massa passou o dia no ministério em reuniões com técnicos e prefeitos do interior. O candidato vem sendo criticado pela inflação que passa de 140% em 12 meses. As pesquisas apontam um empate técnico entre os dois candidatos, numa das disputas mais acirradas em 40 anos.
O sentimento dos eleitores é de muita incerteza, diz Carlos Fara: “é um eleitorado que sente muita angústia, impotência, medo. O processo eleitoral é basicamente pacífico, com algumas manifestações isoladas. Mas não houve panelaços, bandeiraços, aplausaços, nada. É uma sociedade que diz: vamos votar e vamos decidir. (Da Redação com g1 Politica e JN)
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