A Polícia Federal apreendeu na manhã desta segunda-feira (26) um fuzil T4 556 e cinco carregadores no momento em que estava sendo entregue, pela transportadora, no endereço de um traficante de drogas em Goiabeiras, na zona Norte de Vitória.
A arma foi adquirida junto à Taurus, fabricante brasileira, pelo traficante Marcos Silas Neves de Souza, preso no Paraná na Operação Downfall no dia 4 de maio, e enviada para um comparsa do Espírito Santo. Para isso, Marcos utilizou-se de um registro falso de CAC – Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador e fez a compra legalmente.
As investigações estão a cargo da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais e ao Tráfico de Armas – DELEPAT/PF, que identificou a tentativa do narcotraficante de dar poder de fogo a um comparsa muito próximo a ele, monitorou a entrega da carga no bairro de Goiabeiras e deram o flagrante. As investigações prosseguem para avaliar as condições da compra e onde seria usado o armamento apreendido.
CHEFÃO
A Operação Downfall foi deflagrada pela Polícia Federal no Mato Grosso e mais sete Estados no dia 4 de maio com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional e interestadual de drogas, por determinação da Justiça Federal do Paraná. Participaram também agentes da Receita Federal e da Polícia Civil do Paraná.
Mais de 500 homens saíram às ruas para cumprir 30 mandados de prisão preventiva e 87 mandados de busca e apreensão no Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro e Espírito Santo, e ordens de bloqueio de R$ 1 bilhão em imóveis, bens e valores existentes em contas bancárias e investigações financeiras dos investigados.
O líder da organização foi identificado como Marcos Silas Neves de Souza, que foi preso em 2021 com documentos falsos quando tentava fazer uma cirurgia plástica numa clínica de São Paulo para mudar o rosto. Na ocasião, ele tinha R$ 16 mil em espécie, que utilizaria como parte do pagamento do procedimento estético. Um dos seus subordinados seria um empresário farmacêutico preso em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
A quadrilha chefiada por Marcos Silas, e que tem braço no Espírito Santo, se constitui, segundo as investigações, num sofisticado esquema logístico que envolve desde a produção de droga no exterior, seu ingresso em território nacional e o envio para outros Estados e países, especialmente Europa, operando, sobretudo, no porto de Paranaguá (PR).
O esquema de lavagem de dinheiro envolvia, especialmente, compra de imóveis no litoral de Santa Catarina em espécie sem comunicado aos órgãos competentes, além da utilização de “laranjas” para ocultar os verdadeiros adquirentes. Empresas são investigadas sob suspeita de saberem da origem criminosa do dinheiro que recebiam.
Integrantes da quadrilha também, segundo a Polícia Federal, operam com tráfico de armas, munições e acessórios, além de estarem envolvidos com crimes de homicídio. (Da Redação com PF/ES)
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