A crônica bíblica da história de Israel antiga narra que, quando Samuel chegou à casa de Jessé para, dentre seus filhos, escolher aquele que seria elevado à condição de Rei, sete filhos estavam dentro de casa, mas nenhum deles encheu os olhos do profeta de Deus. Foi quando se lembraram de um molecote que estava lá pelos campos, cuidando de ovelhas. Foram buscá-lo e, quando o viu, Samuel não teve dúvidas: era o escolhido.
A eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Espírito Santo estava caminhando para o campo das imprevisiblidades, mas deu aquilo que se está acostumado na política: acordo pela chapa única. Um balde de água fria em quem estava doido para colocar fogo no parquinho.
Quietinho no seu canto, um personagem de fala mansa, generoso e educado no trato, fez seu trabalho. Davi Diniz, chefe da Casa Civil do governador Renato Casagrande, consegue dar-se bem até com os mais duros críticos do Governo. Não há deputado que não o admire.
Se pintou o favorito do governo no comando da Mesa, podem escrever: está lá nos campos das articulações silenciosas o favorito para a vaga a ser aberta no próximo ano pela aposentadoria do conselheiro Sérgio Borges no Tribunal de Contas do Espírito Santo.
Marcelo Santos, o favorito do governo, que se elegeu presidente do Legislativo, abrindo espaços para diálogo e acertos de posições com o grupo liderado pelo tucano Vandinho Leite (na foto emblemática com o veterano Theodorico Ferraço), aparece aí ao lado daquele que, do seu jeito, vai despontando como favorito para ocupar a última vaga da temporada de renovação total do Tribunal de Contas.
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Por outro lado, já pintou o quadro negro da oposição ao governo na Assembleia. Não suficiente para criar problemas, mas sim com potencial de uma explosão de ácidas críticas: o já conhecido Capitão Assumção e os novatos Calegari, esse ultrabolsonarista como Licínio, e Lucas Polese, todos do PL.
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Zé Preto, outro deputado do PL, tem dado mostras de ser pragmático. Já o Republicanos foi contemplado com duas vagas na Mesa Diretora, com Dr Hudson (vice-presidente) e Sérgio Meneguelli (3º secretário).
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A deputada Camila Valadão (PSol) votou contra a candidatura única de Marcelo Santos e mostrou potencial de esquentar a chapa da oposição. (José Caldas/Weber Andrade)
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