
Existe uma fórmula secreta para um dos dois candidatos levar vantagem no segundo turno? Afinal, o que aconteceu com a campanha de Lula – ou antes, o que não aconteceu – para que Bolsonaro crescesse tanto? Quem responde é o professor Thiago Espindula, que é especialista em geopolítica e tem se notabilizado pelas análises que faz, no youtube e canal do telegram, da guerra da Europa Oriental. Veja o que ele disse sobre a campanha presidencial brasileira.
“Há mais de um ano, fiz análises nas quais dizia que me parecia irreal um cenário de vitória do Lula no primeiro turno, embora naquele momento eu pensasse que alguma manobra mais pesada seria feita para fazer a tal terceira via decolar (o que não ocorreu).
Até hoje, aparecem algumas pessoas naquele vídeo e dizem que aquilo parece torcida contra, como se isso fizesse alguma diferença na ordem geral dos fatos concretos, o que indica que setores da esquerda substituíram o materialismo pelo ‘pensamento positivo’.
Conforme tenho repetido insistentemente, esse papo de vitória no primeiro turno ampliou o efeito narcótico na esquerda, que insiste em se apegar à ideia de ‘não mexer num jogo em que está ganhando'(???), a despeito do fato do bolsonarismo seguir avancando sobre governos estaduais e casas legislativas.
Conforme tenho comentado, a tendência sempre foi de fechamento da boca do jacaré estatístico das pesquisas em relação aos dados expostos pelas urnas, o que resultou num escore apertado que fará com que qualquer um dos candidatos tenha que entregar até a cueca para o sistema financeiro para ser o escolhido.
Ontem a mídia já asseverava: ‘com um resultado como esse, Lula terá que oferecer mais aos setores empresariais’, entregando o caráter do atual jogo que é feito.
A mídia quer um Lula mais Biden, para que a oligarquia financeira possa abrir mão do que tem até agora, que é um projeto Paulo Guedes que foi ótimo pra ela.
O segundo turno será recheado de chanchadas moralistas, religiosas e macartistas por parte do Bolsonaro, enquanto Lula tende a ir ainda mais pro colo do liberalismo, o que representa um mergulho em um cenário amplamente dominado pelos mesmos interesses, embora com uma estética diversa.”
Siga o @professorthiagoespindula no Telegram.
Comente este post