Weber Andrade
Um projeto da Associação Noroeste de Produtores de Pedras Ornamentais do Espírito Santo (Anpo), que estava sendo desenvolvido desde 2019, começou a apresentar resultados este ano, graças a uma parceria com o campus do Ifes de Barra de São Francisco. Na III Exponoroeste, encerrada no último domingo, 3, tanto o estande do Ifes quanto o da Anpo, apresentaram um pouco do trabalho que está sendo produzido por 10 estudantes do curso Técnico em Agricultura do Ifes e atraiu muita curiosidade.
A reportagem do www.tribunanorteleste.com.br, ao ver a novidade, procurou o diretor geral do Ifes local, professor Leonardo Siqueira que, por sua vez, nos apresentou ao professor Angelo Roberto Fiorio Custodio, coordenador do curso de Bacharelado em Administração, que está à frente do projeto, junto com a diretoria da Anpo, por meio do professor de artesanato, Gilmar Ribeiro.
Angelo conta que a parceria com a Anpo, para dar formação a jovens de Barra de São Francisco na confecção de artesanato utilizando escória de granito só começou a dar frutos em setembro deste ano, por falta de transporte para adolescentes interessados em aprender o ofício.
Como não tínhamos transporte para levar os alunos até o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) da Anpo, as oficinas não estavam sendo realizadas, mesmo com todo o maquinário já instalado no local e a disponibilidade do professor Gilmar.
“Nós conseguimos dar o start no projeto depois que vários estudantes do curso Técnico em Agricultura nos procuraram dizendo que estavam interessados em aprender o ofício. Nós, então, conseguimos conciliar a aplicação da aprendizagem no CTR da Anpo para dez alunos do Ifes em horários que eles têm para atividades extracurriculares”, conta Angelo.
E continua: “Como não tínhamos transporte, acabamos por utilizar o veículo do próprio Ifes para leva nossos estudantes até o local. E o sucesso foi grande. Em apenas três meses – de setembro a novembro – eles já aprenderam muito e produziram mais de 200 peças algumas delas expostas na Exponoroeste.
No entanto, Angelo ressalta que ainda está buscando uma parceria com a prefeitura de Barra de São Francisco, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego (Semdege), para ampliar o número de pessoas beneficiadas, já que o projeto tem caráter socioambiental e busca dar formação, principalmente, a adolescentes a partir de 14 anos e com hipossuficiência financeira.
“Nós temos espaço para ofertar o curso para mais 45 pessoas em turmas de 15 alunos e 30 dessas vagas seriam exclusivas para esses adolescentes, restando uma turma para qualquer pessoa, de qualquer idade”, explica.
O caráter social do projeto prevê que as peças produzidas sejam comercializadas e 80% do valor arrecadado fique com os artesãos e os outros 20% fique para manutenção do projeto.
“A Anpo, em parceria com o Ifes vem tentando implantar diversos projetos sustentáveis para o setor de rochas ornamentais na região e o Centro de Tratamento de Resíduos deverá se transformar, aos poucos em um local que vai além de simplesmente ser um depósito de rejeitos, contemplando as necessidades de destinação final dos resíduos”, explica o professor Angelo.
O diretor da Anpo, Mario Imbroisi, por sua vez, informa no site oficial da entidade, que o projeto da oficina-escola de artesanato é um programa social voltado para adolescentes em fragilidade econômica e risco social, atendendo jovens de ambos os sexos de 14 a 21 anos, onde aprenderão a desenvolver habilidades artesanais como instrumento de crescimento social, econômico e pessoal, semeando a cidadania na comunidade onde vivem.
“Estes jovens terão atividades educacionais e sociais e, para participarem do projeto é necessário que eles tenham bom comportamento social, boas notas e frequentem regularmente a escola”, informa Imbroisi.
Já o professor Angelo complementa: “O projeto socioambiental da Anpo é ousado e o investimento fica próximo de R$ 1 milhão. Os estudantes do Ifes estão encantados com o projeto e também com as outras formações paralelas na área de administração, direito, gestão e marketing que os ajudarão no futuro a criarem o próprio negócio, seja na área do artesanato em granito ou qualquer outra.”
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