A chuva que começou a cair no último final de semana deve permanecer pelo menos até esta quinta-feira, 22, no Espírito Santo. Em Barra de São Francisco, Noroeste do Espírito Santo, choveu a noite inteira desta segunda, 19, para terça, 20.
Boi arrastado
Um boi foi arrastado por uma enxurrada durante fortes chuvas que atingiram a zona rural de Alfredo Chaves, na Região Serrana do Espírito Santo, na tarde desta segunda-feira, 19.
Nas imagens gravadas por um morador da região, é possível ver o boi sendo arrastado pela correnteza. O animal esbarra em uma residência, mas ainda é levado. Ao longe, também é possível ver outros bichos, que conseguiram permanecer de pé, dentro da água, mas num local com menos correnteza.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, as imagens foram feitas na localidade de Nova Estrela, uma das comunidades afetadas pelo temporal desta tarde.
Ainda não há informações sobre o resgate dos animais, ou a que propriedade eles pertenciam.
Temporal atinge o Espírito Santo
Não foi apenas o município de Alfredo Chaves que foi atingido por um forte temporal no Espírito Santo. Em Iconha, também no Sul do estado, moradores foram surpreendidos com uma chuva de granizo na zona rural do município, na tarde desta segunda-feira.
De acordo com informações da prefeitura, o temporal provocou um aumento do volume do Rio Iconha, além de deixar árvores e postes caídos. Houve ainda danos em estradas.
A chuva de granizo foi registrada por moradores das localidades de Inhaúma e Monte Belo, por volta das 15h. Segundo a prefeitura, ainda não há relatos de alagamentos ou outras ocorrências provocadas pelo temporal na cidade.
As cidades de Serra, Vila Velha, Viana e Cariacica, na Grande Vitória, também registraram avenidas e ruas alagadas, ocorrência de raios, falta de energia, queda de muro e de árvore, devido à quantidade de água em abundância.
A terça-feira, 20, segundo o instituto, continua com tempo instável, novamente por causa desse canal de umidade. Há previsão de chuva ao longo do dia em todas as regiões. O vento sopra com moderada intensidade por todo o litoral, com possibilidade de rajadas intensas do Litoral Norte a Região Metropolitana.
Já a quarta-feira, 21, será de muitas nuvens, também com previsão de chuva ao longo do dia em todas as regiões. O vento sopra com moderada intensidade por todo o litoral.
Akará
A tempestade tropical Akará, atualmente na altura da costa da região Sul, é um fenômeno considerado raro na costa brasileira, segundo meteorologistas e a Marinha do Brasil. De acordo com a Marinha, este é o terceiro registro do fenômeno no Brasil. Os outros dois aconteceram em 2004 e 2019.
Contextualização: a tempestade tropical é uma área de baixa pressão que ajuda na formação de nuvens carregadas. Esse sistema não está associado a uma frente fria e se origina no oceano, na região dos trópicos ou abaixo dos trópicos. Quanto mais quente as águas do oceano, mais energia ele terá para se desenvolver.
O sistema foi classificado pela Marinha como tempestade tropical no domingo, 18, a partir da intensificação de um ciclone subtropical que atuava desde sexta-feira, 16, em alto-mar.
Devido à distância significativa da costa – a aproximadamente 650 km –, não há previsão de condições de mau tempo na região litorânea. Em alto-mar, a atuação do Akará pode causar ventos de até 85 km/h e ondas de até cinco metros.
Tempestade especial
De acordo com os meteorologistas, a tempestade Akará é especial porque se formou em uma latitude pouco comum e está com um deslocamento atípico, retrógrado, em direção à costa Sul.
Ciclones são comuns na costa brasileira. Os ciclones extratropicais são os mais observados e acontecem o ano todo. Estão associados a uma frente fria e se movem pelas águas quentes do Oceano Atlântico. Em geral, essas formações seguem para o leste, para alto-mar, se afastando do Brasil.
Risco de furacão?
A tempestade tropical é o último estágio de desenvolvimento de um sistema abaixo de um furacão. Ela pode chegar à categoria de furacão se os ventos passarem de 118km/h.
No caso do Akará, não há expectativa de que ele se intensifique a ponto de se transformar em um furacão.
Evolução do Akará
De acordo com a Climatempo, a tempestade foi ganhando intensidade ao longo do fim de semana. O fenômeno começou como um ciclone subtropical, instalado na costa do Rio de Janeiro. (Da Redação com g1 Meio Ambiente)
Comente este post