Três proposições governamentais na área educacional foram aprovadas em regime de urgência na sessão ordinária virtual da Assembleia Legislativa (Ales) desta terça-feira, 27. As iniciativas tratam de alterações em fundo destinado à educação básica, composição de conselho de acompanhamento do Fundeb e crédito para professores para aquisição de equipamentos de informática.
Todas as matérias foram analisadas em reuniões conjuntas dos colegiados pertinentes, relatadas pelo deputado Gandini (Cidadania) e acatadas pelo Plenário da Casa. A primeira iniciativa analisada foi o Projeto de Lei (PL) 129/2021, que inclui o ensino fundamental em fundo voltado para a educação pública, estende o prazo do mesmo até 2026 e modifica o nome para “Fundo Estadual de Apoio à Ampliação e Melhoria das Condições de Oferta da Educação Infantil e do Ensino Fundamental no Espírito Santo (Funpaes)”.
O segundo PL acolhido foi o 130/2021, que institui no Estado o Conselho de Acompanhamento e Controle Social (CACS) do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização da Educação (Fundeb). Tal conselho deverá ter integrantes do poder público e da comunidade escolar, incluindo representantes de indígenas e quilombolas. O conselho vai monitorar a distribuição, a transferência e a aplicação local de recursos provenientes do fundo.
Gandini rejeitou todas as seis emendas que haviam sido apresentadas por parlamentares. “O governo do Estado enviou especificamente para se adequar à lei federal que exigia a participação de indígenas e quilombolas no conselho”, explicou. A deputada Iriny Lopes (PT), autora de duas emendas, lamentou o fato de elas não terem sido acolhidas. “As emendas davam protagonismo à Associação de Pais e Alunos (Assopaes); a oportunidade para os estudantes, um escolhido pela base e outro pela entidade; e incluía a educação do campo”, pontuou.
Por fim, foi ratificado o PL 134/2021 (que trazia apensado o PL 433/2020, de Sergio Majeski (PSB), por tratar de assunto semelhante), que prevê crédito de R$ 5 mil para cada professor da rede pública estadual para a aquisição de computador e mais R$ 2.520 (valor dividido em 36 parcelas de R$ 70) para o custeio de despesas mensais com plano de internet.
Mais uma vez Gandini rejeitou todas as emendas protocoladas, que eram oito. “São 15.371 professores, tem o impacto financeiro no projeto. Eu gostaria de fazer todas as incorporações, porque as emendas são para melhorias, como conceder para outros profissionais, aumentar benefício, estender valores, mas necessitaria vir com impacto financeiro. Sem isso o governo poderia vetar sem nenhum problema”, argumentou.
Tanto na fase de discussão da proposição como após a votação, diversos parlamentares pediram a palavra para fazer ponderações. Majeski lembrou que protocolou sua proposta em agosto do ano passado e que chegou a conversar com integrantes do governo, mas que posteriormente não recebeu mais notícias sobre o interesse do Executivo pela matéria.
“Era para ter começado o ano letivo com tudo definido. O governo ainda excluiu pedagogos, agentes de suporte, coordenadores e até auxiliares de secretaria. (…) O projeto vem atrasado e com uma perna quebrada, porque dá o auxílio apenas para os professores e nesse valor você não compra um computador top de linha”, disse.
Ele ainda enfatizou que cerca de R$ 6 bilhões foram retirados da educação com fins previdenciários durante os governos de Paulo Hartung e Casagrande (PSB). “Não há bondade nenhuma. Esse projeto está baratíssimo em relação a tudo que foi desviado na última década, foram mais de R$ 6 bilhões desviados com a conivência do Tribunal de Contas e da Assembleia”, frisou.
Janete de Sá (PMN) também se manifestou a respeito da iniciativa. Para a parlamentar é importante valorizar a atitude do governo estadual de apresentar um PL com esse conteúdo, mas também cobrou a ampliação do benefício para mais integrantes da comunidade escolar. “Era importante atingir todos os profissionais. Peço ao governo para estender com a maior brevidade possível, mas não poderíamos deixar de votar hoje uma matéria que vai beneficiar 15.371 professores”, ressaltou.
Agora, todas as três iniciativas aprovadas seguem para sanção ou veto do governador Renato Casagrande. (Da Redação com Webales)
Comente este post