
*José Caldas da Costa
Os projetos estruturantes da Petrocity Group, compostos por complexo portuário e malha ferroviária de 2.300km de estradas de ferro com saída pelo mar em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, estão sendo abraçados com entusiasmo em Minas Gerais, onde o governador Romeu Zema e sua equipe, lideranças empresariais e a própria imprensa celebram as novas perspectivas de desenvolvimento para os próximos dez anos.
Nos dias que antecederam a audiência pública realizada em Barra de São Francisco no último dia 11, o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, teve intensa atividade de apresentação dos projetos de três ferrovias que impactarão diretamente os negócios em Minas Gerais. Em fevereiro, havia feito audiências públicas em Montes Claros e Unaí, no Norte do Estado, e no início de março fez apresentações também em Belo Horizonte na Federação das Indústria e à diretoria da Invest Minas, que é a agência de promoção de investimentos em Minas Gerais.
No início de abril, o executivo da Petrocity retorna a Minas para três eventos importantes, o primeiro deles uma audiência pública em Teófilo Otoni, a primeira cidade mineira com uma Unidade de Transbordo e Armazenagem de Cargas (UTAC) na EF 030 (Ferrovia Juscelino Kubitscheck), ligando São Mateus a Brasília, passando por Barra de São Francisco, onde uma UTAC fará a conexão com a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, ligando a cidade capixaba ao Vale do Aço.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Posteriormente, José Roberto será recebido na Invest Minas no dia 6 e, no dia seguinte, 7 de abril, estará na Assembleia Legislativa de Minas Gerais falando sobre os projetos de infraestrutura e como eles impactarão os negócios no Estado, criando um novo corredor de escoamento de produção do Vale do Aço, Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado.
O jornal mineiro mais tradicional, O Estado de Minas, destinou reportagem de capa com uma página inteira falando sobre os projetos ferroviários, que impactarão diretamente 41 municípios de Minas Gerais nos próximos dez anos: a Estrada de Ferro JK (EF 030), a EFMES (EF 456) e a Estrada de Ferro Planalto Central (EF 355), ligando Unaí a Campos Verdes (GO), com uma outra short-line de 50km ligado Corumbá de Goiás a Anápolis(GO), conectada à EF 355.

Depois de participar do encontro na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), quando José Roberto Barbosa expôs para o presidente da entidade, Flávio Roscoe Nogueira, o programa de investimentos do grupo Petrocity, totalizando R$ 30 bilhões, o vice-presidente da Fiemg no Vale do Aço, Flaviano Mirco Gaggiato, salientou o peso dos projetos para a região a ser servida pela EFMES (EF 456).
“Tudo será feito com capital privado e teremos uma UTAC em Santana do Paraíso, onde teremos um porto seco para desembaraçar mercadorias tanto que chegam quanto as que saem. É um projeto grandioso certamente será o novo corredor de exportação tanto para graõs quanto para minérios, rochas ornamentais, aço e outros armazenáveis em conteiners, produzidos em Goiás e em Minas Gerais. Desejamos e estamos trabalhando para que os projetos sejam coroados de sucesso, pois o prazo é de dez anos e nesse período teremos uma completa transformação em nossa região”, disse Flaviano.
INVEST MINAS
O entusiasmo dos mineiros pode ser percebido também no depoimento do diretor de atração de investimentos da Invest Minas, Ronaldo Alexandre Barquete: “Em nome da Invest Minas e do Governo de Minas Gerais estamos muito felizes em participar desse projeto, dando assistência, suporte e contribuindo para sua implementação, já que se trata de um projeto estruturante, revolucionário, que vai mudar a cara de toda a região e fará a conexão do Espírito Santo com Brasília, estando 60% dentro do território mineiro, impactando diretamente 41 de nossos municípios”.

Segundo Barquete, “são regiões estratégicas e importantes para Minas Gerais, como Vale do Aço, Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado, trazendo muitos benefícios com o escoamento da produção, que hoje é feito exclusivamente pelo modal rodoviário, com um gargalo de fluxo de mercadoria que essas ferrovias vão poder solucionar”.
A geração de emprego e renda e recebida com muita expectativa. “Somente na construção das ferrovias serão gerados 5 mil empregos em nosso Estado, sem contar depois na operação e em todos os empreendimentos que serão atraídos em função da possibilidade de escoamento da produção. São projetos que terão ferrovia, mas também unidades de transbordo que poderão ser transformadas em portos secos fazendo com que os benefícios fiquem aonde serão implantados”, disse Barquete.
O diretor da Invest Minas anunciou, também, que no dia 6 de abril a agência de atração de investimentos vai reunir as principais empresas do setor, as que utilizam o modal ferroviário e aquelas que podem fornecer parte dos componentes para os projetos.
“Vamos reunir especialistas para discutir diversos projetos e oportunidade, como o da Petrocity, além das renovações das licenças renovadas das empresas já instaladas e os novos trechos concedidos em função do novo marco legal ferroviário, que permite a construção de ferrovias mediante uma autorização por conta e risco do investidor privado. Minas quer ser o indutor do desenvolvimento desse setor”, disse Barquete.
FÁBRICAS DE LOCOMOTIVAS
O diretor da Invest Minas lembrou que o Estado possui as duas únicas fabricantes de locomotivas do Brasil e uma cadeia de fornecedores que podem ser de grande apoio para os novos projetos. “Quero parabenizar a Petrocity, os seus acionistas e todo o grupo que confiou em Minas Gerais. Estamos totalmente dentro e voltados ao apoio para o desenvolvimento desses projetos”, acentuou.
As duas fábricas de locomotivas mencionadas por Barquete estão localizadas em Contagem e em Sete Lagoas. Esta, foi inaugurada há dez anos, em 2012, pela Electro-Motive Diesel (EMD), subsidiária da Progress Rail Services, empresa do grupo norte-americano Caterpillar, e faz parte do plano de investimento de 100 milhões de dólares da multinacional para o Brasil, com a produção de locomotivas voltadas para a América Latina.
A outra fábrica, de Contagem, comemorou em julho de 2021 a entrega a 500ª locomotiva de corrente alternada (AC44) produzida na cidade, na fábrica da empresa Wabtec Corportation (antiga GE Transportation), que emprega 1.140 funcionários. Uma locomotiva atualmente custa aproximadamente R$ 5 milhões e cada vagão de trem custa em torno de R$ 250 mil. (Com a colaboração Clésio Gonçalves)
Comente este post