
Weber Andrade
O líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itáunas, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, convocou os voluntários do Projeto de Recuperação e Preservação de Nascentes do Rio Itaúnas, para retomar os trabalhos, interrompidos durante a pandemia e outras questões técnicas, neste domingo, 10.
“Estaremos reiniciando os nossos trabalhos de proteção de nascentes na comunidade de Vargem Grande no próximo domingo, 10. Ponto de encontro na igreja católica de Vargem Grande às 7h”, convidou Carlinhos pelo grupo de Whatsapp dos voluntários.
No entanto, as chuvas que caíram nesta quarta-feira, 6, podem impedir o recomeço, porque, como explica Carlinhos, se a terra estiver muito úmida, não é prudente tentar fazer o cercamento, já que os tocos não ficam firmes.
O projeto completou sete anos de existência em março deste ano, com cerca de 60 nascentes cercadas e recuperadas.
“O lançamento aconteceu no dia 5 (de março), na propriedade do senhor Beijo Dias, no córrego das Pedras e, no mesmo dia começamos o trabalho de cercamento de nascentes na propriedade”, relata.
Com a pandemia da Covid-19, os trabalhos ficaram prejudicados, mas prosseguiram com revisão de cercas já feitas e visitas de conscientização aos produtores.
“Estávamos aguardando uma posição da Thorgran, responsável pela cessão dos materiais – tocos, arame, grampos e outros – para mobilizarmos os voluntários, mas o projeto está vivo e vai continuar. No ano passado estivemos visitando propriedades e refazendo algumas cercas, mas a intenção, agora, é retomar o trabalho, além de visitar as demais nascentes já cercadas para verificar a situação”, informa Carlinhos.
A Thorgran, empresa que fornece os materiais para cercamento de nascentes do rio Itaúnas informou esta semana, por meio do engenheiro de Minas Everton Girelli, que acompanha o projeto e participa ativamente com os voluntários das comunidades beneficiadas.
+ Sobre o projeto
O projeto foi iniciado em 5 de março de 2017 – antes a Thor Granitos (Thorgran) chegou a patrocinar o cercamento de 8 nascentes – quando foi feito o lançamento, em parceria do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas, com a Igreja Católica, Ong Sentinela Francisquense, Prefeitura de Barra de São Francisco e Thorgran na Comunidade São José, córrego das Pedras, mais exatamente na propriedade do senhor Beijo Dias.
Até agora foram cercadas mais de 60 nascentes nos vários córregos que abastecem o rio Itaúnas. E, em todas elas, a água voltou a jorrar com abundância.
Uma festa para os olhos de quem trabalha sem remuneração, apenas com o desejo de ver a natureza recuperada, pensando no futuro das próximas gerações.
“Nós tivemos que paralisar o projeto em 2019, devido à pandemia da Covid, com cerca de 60 nascentes cercadas, mas, de lá para cá, o resultado onde foi feito o trabalho tem sido muito bom”, destacou Carlinhos.
Beijo Dias, proprietário rural onde o projeto começou, se emociona ao falar das nascentes, revela a preocupação em conservar a água e demonstra sua forte gratidão aos voluntários pelo trabalho feito em suas terras.
“O que mais me agrada nesse projeto, para além de contribuir com a conservação e aumento do volume de água nos cursos d’água do rio Itaúnas, é esse convívio, ver as pessoas interagindo”, destaca o líder do projeto Carlinhos Alvarenga.
Voluntariado
Carlinhos, que é o principal responsável pela ação e tem coordenado os trabalhos desde o início, sempre destaca que o mais importante neste projeto são os proprietários de terra, que estão se conscientizando do problema da água e liberando cada vez mais espaço para preservação de nascentes.
“Temos que agradecer, principalmente, aos proprietários das terras que liberaram para cercar as nascentes e ajudam, inclusive no trabalho”, salienta ele, frisando que a oportunidade de convívio de pessoas de várias classes sociais e categorias profissionais acrescenta um diferencial importante ao projeto. “A gente acaba fazendo muitas amizades, aprendendo muito com as pessoas, enfim, é um troca de experiências muito rica”, define.
“Na verdade, proteger e preservar as nascentes é uma obrigação legal, estabelecida em lei federal, mas, o mais importante para nós é obtermos o engajamento voluntário dos proprietários rurais neste projeto fundamental para as futuras gerações”, explica Carlinhos.
“A Thorgran e suas empresas associadas, têm o compromisso de concluir o projeto, pois trata-se de um acordo ambiental, em que a empresa faz a compensação pelos danos ambientais provocados pela extração do granito, mas, para mim, já é muito mais do que isso, esse convívio, esse aprendizado é algo muito mais forte”, pontuou o engenheiro Everton Girelli, que também é voluntário no cercamento das nascentes. (Da Redação)











Comente este post