El País
Três pessoas que ficaram paraplégicas em acidentes de moto conseguiram levantar-se e mais tarde e andar, depois de uma cirurgia na medula espinhal em que receberam implantes eletrônicos, adianta o jornal espanhol El País.
“Um dia depois comecei a praticar e vi que as minhas pernas estavam a mexer-se novamente. Foi muita emoção”, contou Michael Rocatti.
Cerca de cinco meses depois, Michael Rocatti conseguiu sair de casa, caminhar na rua e ir a um bar, por exemplo. Diz que se sente mais forte e sem dor, descreve o El País. Michael é um dos três pacientes que conseguiu voltar a movimentar-se. Tratam-se de homens entre os 29 e os 41 anos.
A cirurgia, em que são introduzidos 16 elétrodos na medula espinhal, é capaz de repor o movimento das pessoas com lesões na medula espinhal.
O neurocientista Grégoire Courtine, professor no Instituto Federal Suíço de Tecnologia, e a neurocirurgiã Jocelune Bloch, ambos de Lausanne, Suíça, fazem parte da equipa responsável pela cirurgia.
Como funciona?
Na operação de quatro horas, foram introduzidos eletrodos que emitem pulsos elétricos ao longo da medula espinhal, que liga o cérebro aos membros inferiores.
Os eletrodos são ligados a um computador com um sistema de inteligência artificial que reproduz os impulsos necessários para, por exemplo, caminhar ou andar numa bicicleta especial.
O estudo demorou anos. Em 2014, a equipa suíça testou o sistema em ratos domésticos e dois anos depois em macacos. Em 2018, foi a vez de o aplicar a um jovem paraplégico de 20 anos que, graças a esta estimulação e com a ajuda de um andador, voltou a andar.
Os eletrodos e cabos foram fabricados especialmente para este estudo e tendo em conta as lesões particulares de cada participante.
“Projetar uma tecnologia específica permite-nos sincronizar melhor a estimulação com o movimento, emitindo os sinais reais enviados pelo cérebro ao caminhar, por exemplo”, explica o especialista Grégoire Courtine.
Além deste estudo, há outros dois norte-americanos que utilizam sistemas de estimulação elétrica. As lesões na medula espinhal estão a começar a ser encaradas como reversíveis.
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