Devido à forte rejeição do projeto pela população, que passou a acompanhar as sessões não apenas pelas transmissões pelas redes sociais, mas presencialmente, a Câmara de Sooretama, no litoral Norte capixaba, a 150km de Vitória, decidiu adiar para fevereiro a apreciação do projeto que aumenta de nove para 11 o número de vereadores na Casa (veja vídeo). O aumento é legal, por causa do crescimento da população, mas visto com antipatia pela população.
Populares tomaram a maior parte do auditório da Câmara na sessão desta segunda-feira (12) para pressionar os vereadores também em outros projetos, que concediam aumentos nos salários dos membros do legislativo, bem como do prefeito e do vice-prefeito. Apesar dos protestos, os projetos foram aprovados. Os vencimentos serão corrigidos a partir de 1º de janeiro de 2023.
O salário do prefeito para o próximo ano passou de R$ 12 mil para R$ 18 mil, aumento de 50%, e o do vice foi de R$ 6 mil para R$ 10 mil (aumento de quase 70%) e dos vereadores saiu de R$ 5 mil para R$ 7 mil (aumento de 40%). Havia intenção também de aumentar os vencimentos dos secretários municipais de R$ 5.190,00 para R$ 7 mil, mas isso não ocorreu.
De acordo com um dos participantes da manifestação, o ex-vereador Edson Isidoro, que bateu boca com os vereadores durante a sessão e foi apoiado por vários outros manifestantes (veja vídeo), a alegação para aumentar o salário do prefeito era de que isso era necessário para “puxar o teto” de vencimentos dos servidores a fim de permitir a contratação de médicos para o município.
“Eles, com isso, deram esse aumento absurdo, alegando que, porque nenhum servidor pode ganhar mais do que o prefeito, não estava sendo possível contratar médicos especialistas, que não aceitam ganham esse salário. Isso é um absurdo, porque, na verdade, é um subterfúgio para aumentar salários de prefeitos, do vice e dos vereadores”, disse Isidoro.
Outro ponto que gerou muita polêmica foi o indeferimento presidente da Câmara, vereador Oscar Francisco dos Santos, ao pedido do vereador Fábio Moraes Silva (Patriota) para usar a tribuna no horário das lideranças. No seu despacho, Oscar alegou que, “por se tratar de última sessão ordinária e tendo uma pauta longa, indefiro pedido, podendo o requerente requisitar em outra oportunidade”. O ato do presidente foi considerado pelos populares como cerceamento do direito de defesa de posição contrária aos projetos. (Da Redação)

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