
Considerada uma das 3 mulheres mais idosas do Brasil e, provavelmente, a mais idosa do Espírito Santo, dona Maria Rita Pereira, que mora há mais de 90 anos em Barra de São Francisco completou 116 anos na sexta-feira, 15. Em agosto do ano passado, graças a uma reportagem do site Tribuna Norte Leste e do jornalista José Caldas da Costa, ela foi destaque na coluna do jornalista Leonel Ximenes, em A Gazeta.
Nesta quinta-feira, 26, a secretária municipal de Cultura e Turismo, Israelle Cândido, fez uma visita surpresa à anciã, em nome da pasta e do prefeito Enivaldo dos Anjos, e levou um arranjo de orquídea para homenagear a anciã e oferecer o apoio do município para as adversidades que ela e a filha, dona Zenilda, mais conhecida como dona Santa, podem estar enfrentando.
Dona Santa também disse ter ficado emocionada com a homenagem da Secretaria de Cultura e Turismo, em nome do prefeito Enivaldo dos Anjos.
“Ela sempre fica muito feliz quando recebe visitas e essa homenagem deixa ela mais alegre”, disse.
A visita, na verdade, estava programa para a semana passada, mas dona Maria Rita acabou sendo internada por alguns dias no Hospital Estadual Dr. Alceu Melgaço Filho (HDAMF) por conta de um problema de saúde e só retornou nesta quarta-feira, 25.
“Viemos cumprimenta-la pelo aniversário e também trazer a solidariedade e apoio da administração. Fiquei feliz em ver que a família é forte e ela muito mais”, conta Israelle, que ouviu a única filha ainda viva de dona Maria Rita contar que ela já sobreviveu a um câncer de mama (em 2003) e segue e frente”, disse Israelle.
Dona Santa, por sua vez, faz algumas reivindicações que serão levadas ao conhecimento do secretário de Saúde, Elcimar de Souza Alves e demais secretarias voltadas para a área social e a saúde da mulher.
“Ela está precisando de um colchão pneumático e também de uma cadeira de balanço, pois as cadeiras onde costuma passar o dia são muito desconfortáveis. E o colchão vai nos ajudar a cuidar melhor da higiene dela”, reivindica dona Santa.
Descoberta
Dona Maria Rita foi “descoberta” pelo então prefeito Alencar Marim, em meados de julho de 2019, quando ele entregava o título de posse de um terreno à família no bairro Nova Barra. Depois disso, nossa reportagem mostrou a história dela para todo o Brasil e muitos parentes que não a conheciam, apareceram.
No domingo, 15, dia do seu aniversário, a filha dela, Zenilda Rita de Jesus, 73 anos, a dona Santa, única que restou da prole de cinco filhos com Raimundo José Pereira, já falecido, disse que ela estava ‘mal humorada’ mas depois que ganhou um pedaço do bolo ficou contente.
Casou-se, pelos cálculos da família, com 25 anos, baseados na idade da filha mais velha, Maria Pereira da Silva, que, se viva fosse, estaria com 89 anos. Depois dessa, vieram Ozias, que morreu aos 7 anos de idade, segundo a família, “envenenado com mistura de comidas”, José Raimundo, que teria 87 anos, Zenilda, viva, com 73 anos, e Zenildo, que teria 69 anos. Este, ficou 30 anos sumido para Rondônia, até o reencontro pouco antes de morrer.
Em 2019, ainda bastante lúcida, ela chegou a cantar umas modinhas e até dançar com o jornalista José Caldas da Costa.
“Eu quero viver mais uns 50, não sei se vai dar, mas quero”, disse ela durante a visita da reportagem em 2021.
De acordo com a filha, a mãe está com a saúde mais debilitada e enfrenta um tumor intestinal, mas não consegue ficar parada. “Mal acorda ela quer andar, mas agora não podemos deixar ela andar sozinha. Felizmente, minhas duas filhas estão ajudando a cuidar dela.”

Dona Maria Rita já conta mais de 120 descendentes, em cinco gerações e é mineira de Mutum (MG).
Desde os 10 anos de idade adquiriu o hábito de fumar cachimbo, que só abandonou há cerca de um ano. Aprendeu a fumar com a própria mãe.
“Ela gritava lá do meio mato e eu tinha que acender o cachimbo pra ela. Foi assim que aprendi”, contou dona Maria Rita em entrevista ao jornalista da capital. Outro fator que contribuiu para isso é que o pai dela era “fumeiro: plantava, curtia e vendia fumo de rolo.
Outro hábito, bem próprio de mineiro, ela também adquiriu com a mãe, mas também abandonou há algum tempo por causa da saúde debilitada.
“Ela bebia cachaça e falava que eu tinha que beber. Então, eu bebia.”
Com a saúde debilitada, dona Maria Rita tem se alimentado mais de líquidos e vitaminas. Por isso, o jornalista José Caldas, que é representante da Herbalife, empresa mundial de nutrição e controle de peso, sempre envia alguns produtos da marca gratuitamente para ela.
“A vitamina fez muito bem pra ela, agradeço de coração ao jornalista, porque a gente tem uma situação financeira fraca”, afirma dona Santa.
Dona Santa conta que a mãe dorme cedo e acorda tarde. Entre sete e oito horas da noite, já está deitada, mas só se levanta lá pelas nove horas da manhã. Se deixar, segundo a filha, ela dorme o dia inteiro, mas, depois que levanta, ninguém mais segura.
Antes da Herbalife, sua primeira refeição era uma caneca de leite queimado acompanhado de biscoitos. Ao meio dia, almoçava e comia bem. Repetia a mesma refeição às cinco da tarde e, antes de dormir, tomava uma caneca de leite quente. Agora ela mudou um pouco esses hábitos. (Weber Andrade)





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