Usiel Carneiro de Souza*
Minha netinha está hospitalizada. Você pode imaginar meu coração??? Por mais que imagine, não poderá discerni-lo. Sou grato por ela estar sendo bem cuidada, por sua condição familiar permitir isso. Sou um avô com esse privilégio: saber que minhas netas tem a possibilidade de receber assistência saúde adequada. Mas sou minoria. Talvez você que esteja me lendo também. É aí que precisa valer nossa cidadania e nossa ética. Elas só serão adequadas se tiverem a amplitude necessária para não se satisfazerem com a própria segurança e conforto.
Ao contrário, nosso conforto e segurança que produzem gratidão e sossego, devem alimentar também desassossego e preocupação com os demais. Devem instigar a empatia que nos faça lembrar e sofrer pelos inúmeros netinhos e netinhas sem essa possibilidade. Empatia com avós, pais e mães que perdem seus pequenos ou precisem assistir impotentes seu sofrimento por falta de assistência mínima necessária. Isso é o mínimo da civilidade.
Isso não é refinamento cristão, é humanidade básica e não pode faltar a nós. A razão de nossas opções políticas, de nossos posicionamentos públicos, de nossos compromissos e lutas deve ser nutrida por coisas dessa natureza. Devemos abandonar o lugar do egoísmo que foca no preço do combustível ou nos faz lutar pelo predomínio das próprias opções como se universais fossem. Hoje minha querida netinha abriu um pouco mais meus olhos! Obrigado!
* Usiel Carneiro de Souza é teólogo, administrador e pastor da Igreja Batista da Praia do Canto (Vitória – ES)
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