Diferentemenete do debate anterior, realizado pela Band, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), líder absoluto em todos os cenários de todas as pesquisas de intenções de voto em busca da reeleição, foi o principal alvo dos ataques dos demais candidatos a prefeito de Vitória no debate desta manhã realizado pela Rede Gazeta. O tempo inteiro Pazolini procurou sair das cordas do ringue durante duas horas e meia.
O debate foi transmitido pelo Site de A Gazeta/Rádio CBN e desde o primeiro momento o prefeito foi questionado pelos demais candidatos em temas como queda do nível da educação na periferia, não investimentos em atendimento à população, desprezo pelo restaurante popular que não foi reaberto mesmo durante a pandemia e, a última novidade, as denúncias de corrupção na Secretaria de Obras, conforme áudios divulgados durante a última semana.
Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), no primeiro bloco, chamou Pazolini para o debate em relação à desigualdade no ensino, entre as escolas nos bairros de classe média e nos bairros periféricos. Pazoline foi alvo também de João Coser, Camila, Du e Capitão Assumção, o que gerou a concessão de direito de resposta pela coordenação.
Pazoline procurou desfilar, no direito de resposta, os bons indicadores de Vitória como cidade competitiva, “que atrai investimentos, gera emprego e renda” e, sobre a denúncia de corrupção, disse que os áudios divulgados nos últimos dias foram fake news produzidos para “atingir a honra das pessoas” e que “a Justiça determinou a retirada do ar das publicações”. (a reportagem continua no ar, porém, sem os áudios https://opiniao.es/pazolini-falta-a-debate-apos-vazamento-de-audios-que-revelam-escandalo-de-corrupcao-envolvendo-secretario-de-obras/)
DEFENSIVA
O segundo bloco é dedicado ao debate temático, com perguntas entre os candidatos. E Pazoline tentava sair das cordas em que foi colocado no tatame.
Ao abrir o bloco, Pazoline chamou Du e fez pergunta sobre áreas de risco fazendo promessa de macrodrenagem em Jucutuquara. Na segunda pergunta, Luiz Paulo questionou ao prefeito obras estruturais como o Projeto Terra e Pazoline aproveitou para falar da entrega que fez de eletrodomésticoas na periferia e disse que “isso mudou a vida dos mais pobres, que nunca foram ouvidos na cidade”.
Camila Valadão manteve a tabela com João Coser, chamando para o tema da violência, lembrando o aumento do número de homicídios na capital. Coser e Camila continuaram no tema do isolamento da administração de Vitória mesmo em relação à segurança e Coser disse que o sistema de viceomonitoramento da capital só o prefeito e sua guarda têm acesso, sem parceria com a polícia. E criticou o investimento de mais de R$ 200 milhões em asfalto e cobrou integração com as polícias. Camila criticou a “ineficiênica” da administração municipal nos investimentos em políticas públicaas, na juventude e que fez da guarda municipal em “marketing político” e reforçou o discurso de aproximação com a periferia.
Coser, o ex-prefeito, bateu muito na segurança e dise que a população de Vitória está amedontrada.
Du (Avante) foi sorteado para o tema do atendimento de saúde e continuou tabelando com Capitão Assumção (PL). Assumção contrastou o investimento em asfalto (“dinheiro jogado fora”) com a ausênica de pelo menos UPA (Unidade de Pronto-Atendimento). E assegurou reformulação no serviço de atendimento de ponta das unidades de saúde, “e não essa maquiagem que tem hoje”. Du enfatizou necessidade de “investir em telemedicina” e de criação de diagnósticos integrados.
A mobilidade urbana foi o tema que Assumção e Luiz Paulo debateram entre si. O ex-prefeito defendeu mudanças fortes e rápidas no transporte coletivo e reafirmou o Projeto Terra, “que abriu vias nas comunidades, com a chegada de ambulância, polícia e caminhão de gás na periferia”. Assumção disse que vai adotar a inteligência artificial na sinalização semafórica para fluir o trânsito. E Luiz Paulo voltou para falar de investimentos no sistema viário da Serafim Derenzi, bem como a criação de linhas circulares de ônibus na capital, para que as pessoas deixem o carro em casa.
Na sexta pergunta temática, por exclusão, João Coser foi mantido na tabela com Camila Valadão e o tema foi escola em tempo integral. A ex-vereadora da oposição a Pazolini e atual deputada estadual disse que a atual administração de Vitória “quebrou” a gestão democrática da educação em Vitória, enquanto Coser disse que “a escola integral não pode ser uma imposição mas uma oportunidade”. E Camila acrescentou que há clima de medo nas escolas e que não há segurança alimentar nessas escolas e criticou mudanças na grade curricular das escolas municipais.
Como direito de resposta ao final do bloco, Lorenzo Pazolini disse que “Vitória precisa avançar” e que “constroi coletivamente” as suas propostas, procurando desqualificar os ataques feitos pelos seus oponentes e chamar os ouvintes para seu lado, dizendo que o eleitor estava sendo desrespeitado.
PERGUNTAS DOS JORNALISTAS
Nas perguntas de jornaliZtas, Micaela Campos questionou Du sobre sua proposta de transformar o Cais das Artes em hospital quando a obra é do Estado e o candidato manteve a ideia e disse que será feito em diálogo com o Governo, mas com administração da Prefeitura e disse que a administração terá dois prefeitos, ele o seu vice, coronel Wagner.
Vinicius Zagotto desfiou números da violência contra as mulheres na sua pergunta à candidata Camila Valadão, que enfatizou que o tema sempre foi alvo de suas preocupações e citou o episódio em que Pazolini tirou o microfone das mãos da sua vice, Capitã Estefani, num evento público. E prometeu 50% do secretariado ocupado pelas mulheres. E, ainda, citou que a Patrulha Maria da Penha foi desmontada em Vitória pela atual gestão. Camila também garantiu que haverá espaço para negros e a comunidade LGBTQI+.
Vilmara Fernandes perguntou a João Coser sobre as contribuições de Vitória para a escassez de água e uma cidade mais sustentável. Coser aproveitou para lembrar que Vitóira, “para nossa vergonha”, não tem um plano de mudanças climáticas. Falou sobre reciclagem de água e proposta de promover o comportamento humano pensando mais na natureza. E falou da necessidade de integração da gestão com o governo do Estado sob liderança do prefeito.
Leticia Gonçalves perguntou a Lorenzo Pazolini sobre o não cumprimento da promessa de implantação de escolas cívico-militares e se ele pretende implantá-las. Lorenzo disse que preza pela democracia e que não conseguiu um prédio para implantar a escola. Jogou para o governo federal a responsabilidade de não implantação por descontinuiar o projeto, embora os municípios possam fazê-lo com seus próprios recursos. Falou muito em “diálogo com os profisisonais de educação” e que deu aumentos históricos aos professores.
Leonel Ximenes questionou Capitão Assumção sobre a proposta de redução dos conflitos da Guarda Municipal e lembrou que em 2019 o deputado chegou a oferecer R$ 10 mil para quem matasse o assassino de uma jovem em Cariacica. E se a versão do prefeito seria mais light do que a do deputado. Assumção dramatizou a história de Maiara, a jovem assassinada em Cariacica e acabou não respondendo à pergunta. O jornalista insistiu e Assumção comentou sobre o conflito da Leitão da Silva entre guardas municipais e bandidos. E não respondeu objetivamente à pergunta.
Abdo Filho perguntou a Luiz Paulo sobre os bons índices de aprovação ao final de oito anos de administração, mas colecionou derrotas seguidas e está com alta rejeição nas pesquisas. E perguntou sobre onde errou. Luiz Paulo disse que faz política desde 1974 como militante do MDB e em 1994, elegendo-se deputado federal, estava encantado com o Plano Real considerou mais relevante estar do lado certo do que ganhar a eleição. E criticou a gestão de “populismo fiscal” da atual administração e colocou-se como alternativa entre a visão do PT e atual gestão. Abdo questionou se Luiz Paulo vai retomar o sistema público municipal e o candidato disse que não e que esse é um tema metropolitano e que precisa haver um consórico entre municípios e governo do Estado para gerir o transporte público.
ÚLTIMO BLOCO
Sem as incômodas perguntas dos jornalistas, os candidatos voltaram a buscar seus parceiros de debate e Assumção escolheu, de novo, Du para tabelar com ele, abordando a falta de alvarás do Corpo de Bombeiros nas escolas públicas municipais de Vitória. Du disse que o problema se arrasca desde 2017.
Luiz Paulo questionou João Coser sobre a visão do PT na economia e na prosperidade. Coser disse que a cidade não tem projeto econômico e prevê dificuldades em Vitória em função da reforma tributária e defendeu um Centro de Convenções e investimento em turismo para atrair 1 milhão de visitantes por ano. E também voltar com a Fábrica de
Luiz Paulo disse que é preciso compreender a dinâmica da economia para liderar a parceria público-privada. Defendeu repovoar o centro de Vitória, com a criação de um shopping e reocupação de 500 imóveis fechados. Coser espetou a administração atual por falta de diálogo com o governo do Estado e federal para promover “a economia limpa” e isso se faz com diálogo.
João Coser pediu a Pazolini que explicasse a falta de licitação em lixo, iluminação pública e nos serviços das administrações regionais. “Não me mexa pela sua régua” reagiu Pazolini e disse que as contas foram aprovadas pelos órgãos de controle e não tem nenhuma investigação sobre sua administração. E espetou Coser falando sobre ações de improbidade, bloqueios de patrimônio, “passado sombrio que ficou para trás”. “Não enriqueci na política, diferente de outras pessoas, outros candidatos”, reagiu Pazolini.
Coser disse que não tem nenhum processo e condenção e tudo que chega na Justiça é negado. E voltou a dizer que R$ 500 milhões foram negociados direto pelo secretário “e talvez o prefeito” e disse que Pazolini não explica a denúncia. “Possivelmente, parte desses recursos irrigaram grandes campanhas, como a atual”. Com sinais de irritação, o prefeito voltou a reafirmar que é “ético e transparente”. E lembrou que Coser saiu com 18% de aprovação enquanto a atual “tem 70% de aprovação”.
Camila Valadão debateu com Luiz Paulo e questionou sobre o discurso de amor de Pazolini pela população e puxou o assunto da reforma da Previdência municipal, taxando em 14% os aposentados a partir de um salário mínimo. Luiz Paulo chamou a atitude do prefeito de “lambança” e não de “reforma previdenciária” que também disse ter sido “um equívoco completo, uma maldade”. Segundo ele, o sistema previdenciário foi desorganizado e que vai revisar o sistema para restaurar os seus princípios básicos. E acusou a adminisstração de maquiar a situação fiscal para fazer populismo.
Camila disse que “foi uma covardia” da adminsitração a “reforma”, que chamou de confisco de 14% dos salários em meio aos efeitos da pandemia. “Esse bom mocismo não teve amor pelos servidores”, disse. E que vai rever as medidas. Na tréplica, Luiz Paulo disse que administração não dá respostas aos principais desafios da capital.
O prefeito Lorenzo Pazolini perguntou a Assumção sobre as propostas para a saúde pública de Vitória e o hoje deputado estadual respondeu atacando o prefeito dizendo que ele abandonou a saúde da população, enumerando os problemas que vê no setor, prometendo a cosntrução de duas UPAs gerais, uma para idosos e outra para crianças.
Pazolini disse que Vitória foi a cidade que mais vacinou no País, inclusive com “turismo da vacina”, com pessoas de outros EStados vindos para Vitória, E citou obras que serão iniciadas ainda na atual gestão e disse que a saúde de Vitória é a melhor do País.
Du perguntou a Camila o que fazer sobre o pó preto em Vitória e a candidata citou que projeto do vereador de seu partido em Vitória, para monitorar a qualidade do ar da capital, sofreu ação de inconstitucionalidade patrocinada pela Findes. E que a atual gestão não tem coragem de enfrentar o tema da poluição atmosférica na capital.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas considerações finais, João Coser disse que quer ser candidato “por amor à cidade e às pessoas” e salientou sua relação com o governo de Lula e com o governo do Estado. E prometeu reabrir o restaurante popular e unificar a cidade.
Assumção terminou dizendo que representou em vários órgãos pedindo investigação sobre direcionamento e favorecimento de empresas nas licitações em Vitória. E disse que vai servir a quem mais precisa da Prefeitura.
Du pediu voto dizendo-se pouco conhecido, mas salientando sua trajetória de empreendedor, “que começou aos 11 anos, colhendo frutas e vendendo na cidade”, e que há dois anos formou-se em Gestão Pública.
Camila Valadão pediu aos eleitores para “tomarem cuidado com o bom-mocismo em ano eleitoral”. E que quer liderar novo ciclo de desenvolvimento em Vitória, colocando “a gente em primeiro lugar”, como primeira prefeita de Vitória.
Lorenzo Pazolini disse que foi uma oportunidade impar de debater políticas públicas, “mas de reconhecer tudo o que foi feito nos últimos quatro anos” e que “arrumou a casa” e poderá “avançar ainda mais”, numa vitória “mais humana e acolhedora”. E lembrou o que considera suas principais ações, “com carinho e amor”.
Luiz Paulo elogiou o debate e disse que está no processo eleitoral porque “quer participar do filme”. Lembrou seu trabalho no Plano Real, a coordenação do programa do candidato José Serra a presidente e que continua no processo “porque precisamos recuperar a confiança das pessoas nas instituições e na democracia”. (Da Redação)
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