O Ministério Público Estadual conseguiu uma grande vitória contra o crime ao obter da Justiça a condenação de cinco pessoas de uma sofisticada organização criminosa que comandava o tráfico de drogas em Linhares, maior cidade do Norte do Espírito Santo.
Conforme a denúncia do MPES, oferecida à Justiça em dezembro de 2023, os réus integravam uma organização criminosa que também em outros municípios.
A investigação revelou que os denunciados mantinham vínculo estável e divisão de tarefas no grupo, que atuava de forma estruturada para o armazenamento, preparo e distribuição de drogas, inclusive utilizado redes sociais para a comercialização dos entorpecentes.
Conversas extraídas de celulares dos investigados confirmaram a existência do grupo, a comunicação entre seus membros e o aliciamento de adolescentes para o cometimento de crimes.
INFILTRAÇÃO NA JUSTIÇA
A organização era infiltrada na Justiça. Um dos episódios mais emblemáticos relatados na denúncia ocorreu entre os dias 11 e 12 de julho de 2023.
À época, Elder Zanelato, Yasmin Negrelli e Ana Carolina dos Anjos Marassati, em conjunto com dois adolescentes, foram flagrados armazenando drogas em um apartamento em ou Linhares.
Após a prisão de Ana Carolina, mensagens de celular indicaram que Yasmin foi acionada para retirar os entorpecentes do imóvel a fim de ocultar provas da polícia.
Na época, Yasmin era estagiária no Judiciário, lotada no Fórum de Linhares, e usava o cargo para consultar informações processuais de integrantes do grupo.
O conjunto de provas técnicas, como laudos, interceptações e dados de geolocalização, embasou a condenação dos réus.
A OPERAÇÃO
A Operação Grande Família foi deflagrada pelo MPES em 1º de novembro de 2023, com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, para desarticular um grupo criminoso atuante em Linhares e Vitória. Ao todo, foram cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 4 mandados de busca e apreensão.
A investigação identificou a atuação estruturada de uma organização voltada ao tráfico de drogas, com hierarquia e tarefas definidas entre os membros.
As provas obtidas incluíram áudios, mensagens e registros telefônicos que confirmaram o envolvimento dos denunciados com o tráfico de entorpecentes, inclusive com o uso de adolescentes e ameaças a terceiros.
A partir das apreensões e interrogatórios, o MPES deu início às ações penais contra os envolvidos.
O nome da operação foi uma referência a mensagem divulgada por um dos envolvidos, orientando os demais integrantes da organização a divulgarem que, além de uma quadrilha, formariam uma “grande família”.
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-NORTE) e da Promotoria de Justiça Criminal de Linhares, obteve a condenação das cinco pessoas investigadas
As penas fixadas pela Justiça somam mais de 115 anos de prisão, além da aplicação de 8.500 dias-multa.
As rés Yasmin Negrelli, Ana Carolina dos Anjos Marassati, Cristina Pinheiro de Oliveira e Maysa Gallon da Silva e o réu Elder Rafael Zanelato, conhecido como “Playboy” ou “Eldin”, foram condenados à mesma pena: 23 anos, 1 mês e 10 dias de prisão, além de 1.700 dias-multa cada um. As quatro rés poderão recorrer das condenações em liberdade.
Já Elder Zanelato teve a prisão mantida em razão de antecedentes criminais por envolvimento com o tráfico de drogas.
Na sentença, a Justiça acolheu os pedidos do Ministério e reconheceu a atuação dos réus em associação voltada ao tráfico de entorpecentes, com divisão de tarefas. As penas foram agravadas pelo envolvimento de adolescentes e pelo uso de arma de fogo. (Da Redação com MPES)
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