O Espírito Santo é o segundo Estado mais afetado pelas sobretaxas de 50% anunciadas pelo presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, sobre a importação de produtos brasileiros, em clara mensagem de retaliação política pela punição do ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
O primeiro é o Ceará, segundo o governador capixaba Renato Casagrande (PSB), que está em Brasília tratando desse tema junto ao Governo Federal e anunciou a criação de um comitê para cuidar das consequências políticas e econômicas no Espírito Santo das medidas anunciadas por Trump, se elas se concretizarem. Casagrande chamou as medidas de Trump de “desequilibradas”.
O comitê será coordenado pelo vice-governador Ricardo Ferraço e terá a participação de representantes de diversas Secretarias de Estado e de instituições capixabas, como as secretarias da Fazenda, do Desenvolvimento e do Planejamento, a Procuradoria Geral do Estado, Banestes e Bandes.

“Vamos criar esse comitê para analisar todas as decisões e medidas adotadas pelo Governo Federal em resposta às tarifas impostas pelo governo norte-americano. Será importante também para a gente conversar com os setores afetados com o objetivo de proteger as suas atividades no Espírito Santo, bem como dos empregos gerados e a ação dos empreendedores. Vamos analisar os efeitos das tarifas, caso sejam mantidas, sobre a receita do Estado e municípios, bem como da necessidade da adoção de alguma medida para conter despesas”, explicou Casagrande.
TARIFAÇO
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Espírito Santo é o segundo estado mais afetado por essas tarifas, com 28,5% de suas exportações direcionadas aos Estados Unidos, ficando atrás apenas do Ceará, que possui 44,9% de suas exportações destinadas para esse mercado.
“O tarifaço imposto é muito ruim para o Brasil, para os brasileiros e muito ruim especialmente ao Espírito Santo. Somos uma das economias mais dependentes do comércio exterior, com um grau de abertura que é o dobro da média dos estados brasileiros. Rochas ornamentais, siderurgia, papel e celulose, além de produtos do agro como café, frutas e macadâmia serão fortemente atingidos se essa nova taxação vingar. Estamos constituindo esse grupo de trabalho para estarmos bem próximos aos segmentos produtivos, para entender com precisão e clareza esse impacto e definir as medidas que poderemos adotar para mitigar efeitos”, observou o vice-governador e coordenador do comitê.
Ricardo Ferraço defende que o Governo do Estado e o setor privado precisam estar juntos na mesma página identificando caminhos para mitigar os efeitos econômicos e sociais. “Sobretudo na manutenção dos empregos e das oportunidades que todos esses segmentos geram para economia do Espírito Santo. Segmentos que são grandes recolhedores de impostos e que contribuem e muito para financiar as nossas políticas sociais”, destacou.
Dentre os principais objetivos do Comitê está a necessidade de ouvir os setores afetados, realizando diálogos com empresários e representantes das indústrias impactadas. Além disso, o comitê vai avaliar o impacto das tarifas na receita do estado e dos municípios e como essas medidas influenciam as finanças tanto do governo estadual quanto das administrações municipais capixabas, com o intuito de implementar ações preventivas.
Juntos, os órgãos irão trabalhar em um esforço colaborativo para entender o cenário atual e desenvolver estratégias eficazes para mitigar os danos causados por essas tarifas. (Da Redação com Secom/ES)
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