Políticos experientes disputam uma eleição pensando na outra, por mais que pessoas ingênuas achem que seja diferente. Eles podem até dizer que não, mas é justamente assim que procedem.
Exemplo clássico está acontecendo neste momento no Espírito Santo. Afinal, 2026 é logo ali…
É muito difícil para qualquer outro candidato tirar a reeleição do governador Renato Casagrande em 2022 como Paulo Hartung fez em 2014, quando o socialista estava terminando seu primeiro mandato, obtido naquele arranjo nacional que levou Ricardo Ferraço ao Senado em 2010.
É assim: para trás e para a frente, para a frente e para trás.
A filiação do senador Fabiano Contarato ao PT, deixando a Rede de Sustentabilidade, pela qual se elegeu, projeta 2026, mas também, já, 2022.
O PSB tem uma aliança história com o PT no Estado desde que o PT estava com melhor performance política que os socialistas nos anos 90. Hoje, é o PSB quem puxa os petistas.
Portanto, não será nenhuma novidade se Contarato for o vice-governador de Renato Casagrande numa catapulta para lançá-lo a governador em 2026, quando Renato deverá vir ao Senado, justamente na vaga de Contarato. Estará vencendo o mandato também de Marco do Val. E o governador poderá vir em dobradinha com um prefeito que dele tem sido aliado há mais de uma década, sem interrupções ou quebra de confiança.

QUEM VAI PARA O SENADO?
Se essa possibilidade de 2022 se concretizar, quem assume o Senado? Ana Paula Tongo (Foto acima), eleita em 2018 como suplente pelo MDB. E quem é Ana Paula? Bacharel em Turismo e Gestão de Turismo com Pós-Graduação em Engenheira de Produção pelo IFES e em Gestão, Turismo, Hotelaria e Eventos pela Ufes, CEO da Bitável Tecnologia, uma empresa de gestão de projetos. Foi secretária adjunta nacional de Autonomia Econômica para Mulheres, entre junho de 2016 e outubro de 2017, no governo pós-golpe de Michel Temer.
Mas, para além desse cenário, há outro em gestação: o que envolve o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Erick Musso (Republicanos), que passa por uma candidatura a deputado federal em 2022 com os olhos no Palácio Anchieta em 2026. Ou seja, o cenário está se delineando para além das perspectivas lulo-bolsonaristas, mas mantendo aquela coisa do centro-direita x centro-esquerda.
Exercício de futurologia é uma das coisas mais gostosas a se fazer em política. Os políticos fazem o tempo inteiro, com o objetivo de construir seus caminhos. Os jornalistas fazem-no com o propósito, exatamente, de descortinar esses caminhos.
E assim vamos nós….
*A coluna Conjecturas é alimentada pelos jornalistas José Caldas da Costa e Weber Andrade.
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