Novas imagens do dia seguinte ao incêndio criminoso foram divulgadas neste sábado [4) pelo presidente da Cooperativa de Agricultores Familiares, de São Mateus, e mostram o tamanho da destruição.
“É coisa de quem quer prejudicar a gente, mas a Polícia vai achar quem fez”, espera o líder da Cooperativa. Veja o vídeo:
O fogo foi controlado pelo Corpo de Bomeiros, a Polícia Militar isolou a área, a Política Técnica e Científica já fez os primeiros levantamentos, a Polícia Civil já está investigando os autores do crime, mas a fábrica de processamento de produtos da Cooperativa de Agricultura Familir de São Mateus teve um prejuízo milionário com o incêndio criminoso ocorrido na tarde desta sexta-feira (3).
O presidente da Cooperativa, Aguilar Gaigher, não tem dúvidas de que o prejuízo passa de R$ 1,5 milhão. “O prejuízo de R$ 500 mil foi só com o que tinha dentro das câmaras frigoríficas. O fogo destruiu tudo – máquinas, as câmaras, contêiner de navio, máquinas internas, compressores de ar, escritório, queimou tudo. Agora, é levantar a poeira e torcer para que a polícia descubra quem fez isso e ver como vai ficar”, disse Aguilar, idealizdor do projeto que levou esperança para os agricultores familiares da região.
A filha de Aguilar, que estava na fábrica quando os criminosos chegaram e levou uma pancada na cabeça, foi socorrida e levada ao hospital, está medicada e sob observação, mas sem maiores riscos, segundo o próprio presidente da Cooperativa. Ela foi surpreendida. Não viu a chegada dos homens. Quem os viu foi um vizinho da fábrica, quando eles já estavam no meio do mato.
Os criminosos chegaram, agrediram a moça e atearam fogo na fábrica de processamento de produtos oriundos da agricultura familiar em São Mateus, na microrregião Nordeste do Espírito Santo, a 210 quilômetros de Vitória. As instalações ficam no distrito de Nestor Gomes, na rodovia que liga São Mateus a Boa Esperança.
A fábrica pertence à Cooperativa de Agricultura Familiar e vem incentivando a diversificação de culturas na região para fortalecer a renda dos trabalhadores.
São Mateus tem a maior diversificação agrícola do Espírito Santo, segundo a Sociedade dos Engenheiros Agrônomos. Em Nestor Gomes predominam as culturas se café e pimenta-do-reino.
Graças à fábrica, montada com apoio da Suzano Papéis, pequenos agricultores processam frutas in natura, fabricam polpas e alimentos de panificação, que são vendidos, principalmente, para alimentação escolar em São Mateus e Jaguaré.
“O incêndio destruiu tudo rapidamente, a fábrica acabou”, diz uma testemunha, que gravou um vídeo no local.
Há poucos dias São Mateus virou palco de tensão agrária com a ocupação de uma fazenda por integrantes do Movimento Sem-Terra. A Justiça determinou a desocupação e reintegração de posse.
A Polícia Civil já investiga se há conexões entre essa ocupação de terras e o incêndio criminoso que atingiu os pequenos agricultores vinculados à Cooperativa.
A Associação de Agricultores Familiares do Córrego Juerama I e Arredores (Afagir), que se tornou em cooperativa, foi criada em 2009 e sempre teve o apoio da Suzano para ampliar suas instalações e atingir a mais pessoas.
A cooperativa estava em seu melhor momento. Em maio de 2023, havia atingido um recorde de produção de biscoitos e polpas de fruta, perto de 50 toneladas no mês, atendendo somente às prefeituras de São Mateus e Jaguaré. Porém, a partir de junho passou a atender a um contrato com a Secretaria de Estado da Educação para entregar 35 toneladas de polpas de frutas para escolas de 14 municípios do Norte do Estado. (Da Redação)
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