A coluna Cotidiano, do jornalista Leonel Ximenes, em A Gazeta, traz hoje, 16, matéria sobre o prefeito de Boa Esperança, Renato Barros (Solidariedade), que fez um decreto para restringir várias atividades econômicas e sociais visando conter a pandemia de Covid-19 na cidade, uma das 17 classificadas no Espírito Santo como de risco alto de contaminação para a doença a partir desta segunda-feira, 16.
“Mas o gestor, curiosamente, em sua exposição de motivos para editar o decreto, rasga elogios à cloroquina, remédio ineficaz para a Covid que é “prescrito” pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados”, diz o colunista.
“As evidências científicas apontam um impacto favorável na evolução da doença, quando da utilização de cloroquina em pacientes com Covid-19, nos quadros leves, moderados e graves”, considerou o prefeito, que não informa onde conseguiu encontrar essas “evidências científicas”.
O prefeito vai além nos elogios ao remédio e diz, no decreto 6.991, que há “necessidade de orientar os profissionais médicos do município de Boa Esperança quanto ao uso da cloroquina”.
Mas, voltando ao mundo real, Renato Barros determinou no documento uma série de medidas de restrição em Boa Esperança, cidade de 15 mil habitantes que tem 27 óbitos e 823 notificações para a Covid.
Entre elas, limitação ao horário de funcionamento do comércio essencial (com exceções), que poderá abrir as portas de segunda a sexta, das 7h às 17h e aos sábados, das 7h ao meio-dia, para alguns setores.
Para os serviços não essenciais, como material de construção, lojas de móveis e eletrodomésticos, armarinhos e sapatarias, entre outros, o horário é mais restrito: de segunda a sexta das 7h às 15h e aos sábados, de 7h às 11h.
Restaurantes, lanchonetes e similares poderão receber sua demanda a partir do horário estabelecido por meio de telefone, aplicativo ou outro tipo de comunicação digital ou eletrônica, oferecendo produtos somente por meio de entregas domiciliares (delivery) ou retirada no local, sendo proibido o consumo de produtos no local do estabelecimento comercial.
Outras atividades foram suspensas pelo decreto municipal: escolas públicas e privadas com aulas presenciais; venda de bebidas alcoólicas; vendedores ambulantes de gêneros alimentícios; atividades aeróbicas em academias; e atividades físicas em praças públicas.
A medida afeta parcialmente o funcionamento dos templos religiosos e proíbe totalmente atividades em cinemas, teatros, museus, boates, casas de shows, espaços culturais e serestas.
A coluna deseja que essas medidas restritivas contribuam efetivamente para a queda de óbitos e de novos casos do novo coronavírus em Boa Esperança. Porque, afinal, não há leitos sobrando nos hospitais. Só está sobrando cloroquina, mas este remédio que não tem utilidade alguma para combater a Covid-19. (Leonel Ximenes/A Gazeta)
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