
Aborrecido com o que chama de falta de compromisso da Cesan com a prestação de serviços de qualidade no recolhimento de esgoto para tratamento, o prefeito Enivaldo dos Anjos anunciou que na próxima sexta-feira (14) vai reunir a Câmara de Vereadores para discutir com eles a transferência ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto, que foi criado apenas para atender aos distritos, de todo o serviço de água e esgoto da sede do município e romper o contrato de concessão com a Cesan.
“A Cesan prepara os processos de concessão de água e esgoto e manda para os municípios, fazendo pressão sobre os prefeitos, e incluem uma cláusula que só são responsáveis pelas redes de esgoto que fizerem, mas cobram da população uma taxa de esgoto correspondente a 80% do consumo da água, sem oferecer a contrapartida equivalente em serviço”, disse Enivaldo.
O prefeito tomou a decisão depois de crescentes reclamações da população em relação a redes de esgoto estourados, principalmente em bairros como Vila Vicente e Vila Luciene, onde as chuvas danificaram as redes das casas nas ruas, fazendo o esgoto correr a céu aberto.
“Estivemos na Vila Vicente apoiando a população que reclamava disse e vamos, agora, a Vila Luciene. O problema é que a Cesan assume compromisso contratual de fazer rede de esgoto em todo o município no prazo da concessão, só que não estabelecem calendário para isso e nem assume rede onde não construíram, e sim a prefeitura, mas cobram da população. Quando moradores reclamam, eles jogam para cima da prefeitura”, observou.
Na visão de Enivaldo, “se é concessão, é tudo deles”. De acordo com o Dos Anjos, quando são feitos os contratos “os prefeitos não observam isso e fica a parte pior para a prefeitura. Ou a Cesan assume, em 72 horas, o compromisso, com um calendário, de fazer as redes de todo o município e obrigar os moradores a ligarem o esgoto, ou vamos romper esse contrato e reformular tudo através do SAAE, que é uma autarquia municipal”.
Enivaldo comparou o comportamento da Cesan ao das companhias telefônicas: “As telefônicas ganharam a licitação e fizeram compromisso de colocar telefone em todos os lugares, mas não colocam. A agência reguladora não cobra, quando muito aplica multas irrisórias. As comunidades vêm em cima do prefeito para colocar telefonia celular, mas, se a prefeitura coloca uma torre, a Polícia Federal vem, recolher os equipamentos e ainda processa o prefeito”.
E voltou a atacar a Cesan: “É assim com a Cesan. Não é justo as comunidades baterem nos prefeitos por causa de telefone e nem por causa de rede de esgoto. A Cesan ganhou de graça mais 20 anos de concessão, mas essas coisas não foram observadas. Estamos multando a Cesan e suas empreiteiras por abrirem ruas e não consertarem. Mas agora vamos atrás do que é nosso. Ou é tudo ou é nada”. (Da Redação)
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