O trabalho de inteligência da Polícia Civil, comandado pelo delegado regional Leonardo Forattini, combinado com o apoio operacional do 11º Batalhão da Polícia Militar, sob o comando do tenente coronel Romulo Dias, levou à prisão do segundo suspeito de ter matado o jovem Kaitho Moura, 26 anos, crime ocorrido no dia 13 de janeiro, o primeiro homicídio do ano em Barra de São Francisco. O município está há 80 dias sem homicídios.
Em 100 dias, o município teve apenas dois homicídios, ambos em janeiro, num intervalo de apenas uma semana – o ex-jogador de futebol Zé Montanha, foi o outro, executado a tiros no Córrego Santa Angélica, por dois pistoleiros do Estado da Bahia, presos nas horas seguintes pela Polícia Militar. Com a prisão do segundo suspeito de matar Kaitho, filho do advogado Luciano Moura, a Polícia dá resposta à sociedade, não deixando impunes os dois crimes.
O corpo de Kaitho Moura foi encontrado enrolado em um colchão dentro de uma casa no bairro Campo Novo, com os pés amarrados e uma corda no pescoço. A polícia constatou que foram efetuados vários golpes de arma branca (faca) na altura do pescoço. Dois homens foram vistos saindo da casa e reconhecidos por testemunhas e passaram a ser procurados pela polícia.
O primeiro suspeito, de 25 anos, foi preso poucos dias depois, mas o segundo fugiu e foi preso nesta sexta-feira, 9, por homens da patrulha motorizada, que estavam monitorando o jovem, também de 25 anos. O delegado Leonardo Forattini pediu sua prisão preventiva, a Justiça concedeu e a Polícia Militar cumpriu o mandado, deixando o suspeito à disposição da Justiça.
O capitão Vitor Prates, comandante da 1ª Cia do 11º BPM, responsável pelo policiamento em Barra de São Francisco e pelo setor de Comunicação do 11º BPM, informou que o homem havia chegado a Barra de São Francisco na noite de quinta-feira, 8, depois de passar quase três meses foragido e escondido em outros municípios. “Foi fundamental para o nosso êxito o trabalho investigativo dos agentes comandados pelo delegado Forattini”, disse Prates.
Agora, com os dois suspeitos presos, o delegado poderá concluir o inquérito e encaminhar à Justiça para a manifestação do Ministério Público, que, com base nas provas, poderá denunciar os dois pela morte de Kaitho Moura.

Redução
O município de Barra de São Francisco teve uma redução de 46% no número de homicídios em 2020, em relação a 2019. Foi o segundo melhor resultado desde 2002, segundo levantamentos realizados pela Área Integrada de Segurança Pública do 11º Batalhão da Polícia Militar (AISP 11) junto ao Mapa da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Houve queda também de 42% nos registros de tentativas de homicídios.
Dados do Observatório de Segurança da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (SESP) apontaram que, no ano passado, foram registrados apenas sete homicídios, enquanto que em 2019 ocorreram 13 homicídios. Em duas décadas, somente 2015 apresentou índice melhor do que 2020, com seis homicídios.
A linha histórica de homicídios apresenta um significativo número de mortes relacionadas ao tráfico de drogas e crimes de mando entre os anos de 2006 e 2012, quando houve picos de 33 e 34 homicídios, colocando o município de Barra de São Francisco entre as cidades mais violentas do Brasil.
O subcomandante do 11º Batalhão, major PM Jefson Coelho Correa enfatizou que houve uma mudança na dinâmica dos homicídios de 2020 em relação a 2019. “É uma reviravolta. Enquanto 2019 apresentou uma predominância de crimes com relação ao tráfico de drogas, com 11 dos 13 casos, o ano de 2020 registrou apenas um homicídio do total de sete, sendo os outros seis foram relativos a crimes com motivação banal”, observou.
Neste início de ano, a polícia intensificou os trabalhos preventivos e repressivos, monitorando pontos de tráfico de drogas, prendendo traficantes e apreendendo entorpecentes em diversos bairros da cidade. Na semana passada, evitou que um homem fosse morto por um traficante no bairro Vila Luciene e o prendeu em fuga no interior do município. A vítima foi alvo de vários tiros, mas escapou e a polícia chegou rápido ao local. (José Caldas da Costa)
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