Cinco pessoas foram presas, dentre elas duas que seriam peças importantes da organização crimninosa, armas, drogas apreendidas e um laboratório de desbloqueio de celulares roubados foi descoberto.
Este foi o saldo de mais uma dura incursão das forças de segurança do Espírito Santo, nesta quarta-feira (21), contra uma área sob controle do Primeiro Comando de Vitória (PCV), grupo associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização que opera a partir de São Paulo.
Dentre as prisões, a que a Polícia considera mais importante foi a de Roberto Lucas Oliveira da Silva, 32 anos, que seria o principal líder do PCV no Morro do Cabral, na região Oeste da capital capixaba.
O outro foi um homem chamnado Aquiles, que tinha em seu poder R$ 22 mil. Ele seria gerente financeiro dos negócios ilegais de tráfico de drogas ligado à organização criminosa sediada no Complexo do Bairro da Penha, região central de Vitória.
A ação coordenada entre as Polícias Civil e Militar reuniu cerca de 70 policiais das duas corporações e visava o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão em alvos previamente mapeados pela inteligência policial. Roberto Lucas já tinha contra si um mandado de prisão em aberto por sentença condenatória por tráfico de drogas.

REAÇÃO
Ao ser localizado, Roberto Lucas tentou reagir à prisão e, segundo as autoridades estaduais, teria apontado a arma emdireção aos policiais, que reagiram e o balearam. O criminoso foi socorrido e levado ao hospital, onde encontra-se sob guarda da Polícia Militar no Hospital Estadual de Urgência e Emergência.
O delegado Ricardo Almeida, chefe do Departamento Especializado de Homicícios e Proteção à Pessoa (DEHPP), da Polícia Civil do Espírito Santo, explicou que os outros três presos estavam em endereços-alvo da operação: um deles estava no laboratório de desbloqueio de celulares.
“Havia dezenas de aparelhos, mas muitos já danificados. Ele estava com o computador aberto fazendo desbloqueios e conseguimos recuperar nove aparelhos, dois deles já devolvidos a seus donos. São telefones normalmente roubados ou furtados e trocados por drogas nos pontos de tráfico. Esse elemento desbloqueava o equipamento, que era passado para frente por dinheiro”, disse o delegado.
Um dos alvos da operação era o elemento Richard Carlos Mendes, identificado pela polícia como o líder do bando que matou um jogador de futebol amador inocente confundido com o membro de uma organização criminosa rival do PCV.
“Do Cabral eles desferiam ataques principalmente à Ilha do Príncipe e Caratoíra, em regiões controladas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), para expansão de território. Foi nessa guerra que o jogador foi confundido e assassinado”, disse o delegado. O TCP é um grupo criminoso associado ao Comando Vermelho, do Rio de Janeiro.
Richard, entretanto, não foi encontrado e continua sendo procurado pela Polícia Civil, já que ele está com mandado judicial de prisão em aberto. Outros seis membros do bando que matou o jogador após um micro-ônibus ser interceptado, estão todos identificados e presos.
A operação contou com a presença de militares do 1º Batalhão de Polícia Militar, do Batalhão de Ações com Cães (BAC), além de policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE).

TERRENO ÁRIDO
O coronel Douglas Caus, comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, disse que a operação no Morro do Cabral deixa uma mensagem clara a “indivíduos faccionados” que o Espírito Santo é um terreno “bastante árido para eles”.
“Na via pública do Estado do Espírito Santo quem manda é a força pública. E se esses indivíduos enfrentarem a Polícia Militar na via pública serão imediatamente rechaçados. E mais: o recado que fica de maneira forte é que não adiantra se esconder nem na via pública e nem em sua cachangas, aqueles locais comummente onde se escondem. No Estado do Espírito Santo não tem via pública para esses indivíduos que são faccionados se esconderem. Ou pegaremos na via pública ou nos esconderijos”, salientoui Caus.
O tenente-coronel Costa Leite, comandante do 1º Batalhão da PMES, disse que a operação visou “tratar um pouco melhor a região na perspectiva de abordagem do tráfico de drogas”. E acrescentou: “Quando a gente atua naquela região a gente busca é que o tráfico seja atacado e se traga para a população um pouco mais de tranquilidade. A inteligência levantou 14 pontos. Conseguimos mapear os indivíduos e cumprir os mandados de busca e apreensão”.
O secretário de Estado de Segurança e Defesa Social, Leonardo Damasceno, por sua vez, ressaltou que a operação no Morro do Cabral faz parte de um dos focos estratégicos do Programa Estado Presente, que é o de prender pessoas qualificados para trazer impacto positivo para a comunidade.
“Estamos prendendo importantes lideranças dp PCV, que tenta substituí-las. Mas vamoa continuar atuando para diminuir os espaços”, disse Damasceno (Da Redação com SESP)
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