“Os danos foram pequenos e a unidade fabril de Pinheiros retornará com suas atividades normais no dia 27 de novembro”, anunciou na manhã desta sexta-feira, 24, a direção da Placas do Brasil indústria de MFD localizada em Pinheiros, Norte do Espírito Santo.
No último domingo, dia 19 de novembro, aproximadamente às 14h, a indústria foi surpreendida por um incêndio (Saiba mais abaixo).
“Devido à colaboração de todos os envolvidos: colaboradores da indústria, gestores, acionistas, empresas regionais, entidades, prefeituras, Governo do Estado do Espírito Santo com especial apoio do Corpo de Bombeiros e todos que, prontamente, disponibilizaram-se a ajudar a combater o incêndio, as chamas ficaram restritas ao pátio de biomassa e aos silos de cavacos, causando poucos danos materiais e, especialmente, vidas foram preservadas, não havendo vítimas durante o ocorrido”, diz a empresa em nota.
E prossegue: “A indústria foi preservada, assim como os estoques ficaram intactos e já estão sendo comercializados e distribuídos normalmente. As áreas afetadas estão passando por manutenção com previsão de pleno retorno às atividades na próxima segunda-feira, dia 27 de novembro.”
Incêndio criminoso
O incêndio que atingiu a Placas do Brasil, indústria capixaba responsável pelo fornecimento de quase 10% do MDF consumido no Brasil, pode ter tido origem criminosa, não propriamente contra a empresa, mas contra o meio ambiente, na Área de Preservação Permanente situada próximo à sede da companhia. Várias entidades, ligadas desde aos grandes quanto aos pequenos agricultores e empresários, denunciaram a reincidência de incêndios criminosos na região.
A possibilidade de o fogo ter vindo da APP – Área de Preservação Permanente vizinha à sede da indústria, no km 19 da Rodovia Governador Mário Covas (BR 101), na zona rural de Pinheiros, no Extremo Norte capixaba, foi admitida na nota da Placas do Brasil e a incidência dessas ocorrências criminosas foi denunciada dias antes por entidades em nota conjunta.
Uma fonte do portal Tribuna Norte-Leste informou que, em viagem para a Bahia, constatou dezenas de focos de incêndio, com sinais de origem criminosa, tanto no Norte do Espírito Santo quanto no Sul do Estado vizinho. “Há muita maldade nisso. A sensação é de que o mundo estava se acabando em fogo”, disse a fonte.
INVESTIMENTO
A Placas do Brasil inaugurou, há menos de dois meses, a modernização de sua indústria, que é originariamente capixaba. Foram investidos R$ 52 milhões, sendo R$ 18 milhões financiados pelo Banco do Nordeste, R$ 18 milhões pelo Sicoob e R$ 16 milhões em recursos próprios dos sócios. Com o investimento, a empresa manteve a produção de 30 mil metros quadrados mensais, mas mudou o perfil, passando 65% a ser de material de maior valor agregado.
Na semana passada, entidades representando os mais diversos setores produtivos do norte do Espírito Santo divulgaram nota repudiando “os mais recentes e recorrentes atos de incêndios florestais criminosos que têm assolado nossa região, causando devastação sem precedentes, resultando em danos aos ecossistemas locais, à economia e à sociedade como um todo”.
De acordo com a nota, foram registrados, no final de semana anterior (de 10 a 12 de novembro de 2023), aproximadamente 150 focos de incêndio provocados intencionalmente, consumindo cerca de 350 hectares de florestas plantadas e nativas, “das quais aproximadamente 80 hectares de áreas de preservação permanente foram seriamente danificados, comprometendo a biodiversidade e o equilíbrio ambiental regional”.
Os prejuízos econômicos e sociais foram “extremamente alarmantes”, com aproximadamente 9 mil metros cúbicos de madeira já colhidas tendo sido queimadas, afetando diretamente a economia, o meio ambiente e o desenvolvimento local.
“De igual preocupação estamos com as áreas naturais protegidas, com registros de incêndios destruindo importantes habitats de espécies da fauna ameaçadas de extinção e prejudicando a qualidade ambiental de um bem de uso comum da sociedade que mantém nossas nascentes e reservatórios hídricos de grande importância para o período de extrema seca projetado para esse ano”, diz a nota.
As entidades ainda fizeram um apelo: “Este cenário requer ações imediatas por parte das autoridades competentes para prevenir e combater essa prática criminosa, punindo os responsáveis e fortalecendo a fiscalização. Confiamos que as autoridades Públicas Municipais, Estadual e Federal, seguirão com os esforços no sentido de investigar e responsabilizar administrativa e criminalmente os envolvidos nessas práticas que destroem o equilíbrio da sustentabilidade regional”.
E acrescentaram: “Acreditamos que somente através de ações conjuntas, eficazes e assertivas poderemos reverter os danos causados e assegurar um ambiente de negócio seguro, atrativo e um futuro sustentável para o Norte do Espírito Santo”.

A nota foi assinada pelas seguintes entidades: Associação Agricultura Forte, Associação de Agricultores Familiares do Córrego do Sertão, Associação de Lenhadores Córrego da Estiva, Associação de Lenhadores de Santana, Associação de Lenhadores do Braço do Rio – Asbrario, Associação de Lenhadores do Córrego Santana, Associação de Moradores de Itaúnas – AMI, Associação de Pequenos Agricultores e Produtores Rurais e Descendentes de Quilombolas e Sapé do Norte da Comunidade São Jorge.
E mais: Associação de Pontas e Galhos de Sayonara, Associação de Pescadores Marisqueiros e Catadores de Caranguejo de Conceição da Barra – APMCC, Associação de Turismo de Conceição da Barra – Atur, Associação Empresarial do Litoral Norte – Assenor, Associação Movimento Empresarial de Aracruz e Região – Amear, Associação para o Desenvolvimento de Linhares – Adel, CDL Conceição da Barra e Centro de Desenvolvimento do Agronegócio – CEDAGRO.
Também assinam a nota: Espírito Santo em Ação – ES em Ação, Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo – FAES, Sindicato Rural de Linhares, Sindicato Rural de Pedro Canário, Sindicato Rural de Montanha e Sindicato Rural de São Mateus. (Da Redação)
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