
Cearense, 26 anos, piloto desde os 21 anos, o piloto Matheus Reges foi o herói que, no final da tarde de quarta-feira (10), conduziu a um pouso seguro nas areias de Itaipuaçu, em Maricá, pouco depois de sobrevoar a Lagoa de Maricá, a última da Região dos Lagos, e já se encaminhava em direção ao aeroporto de Jacarepaguá, onde pousaria em cerca de 20 minutos.
No voo do aparelho modelo BEM-710C estavam o presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), José Carlos Rizk, e um cliente dele. Todos se salvaram sem ferimentos, embora muito assustados. Talvez o menos assustado fosse justamente o jovem piloto, que falou com muita segurança para a reportagem do jornal O Povo, de Fortaleza.
“Falei ‘vou pousar na praia, vai dar certo’ e foi basicamente isso. O pouso foi tranquilo. Ninguém se machucou nem nada”, cita o piloto, que até agora não sabe o que pode ter acontecido com o avião, que parou de funcionar no ar e foi conduzido, planando, em segurança para o pouso na areia.
De acordo com a reportagem, essa foi a primeira vez que Matheus vivenciou uma situação de emergência: “Estava fazendo um voo de Vitória [no Espírito Santo] para Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Chegando no Rio, na Baía de Guanabara, os motores acabaram perdendo potência, ficaram oscilando, caindo e subindo, daí eu já comecei o pouso de emergência”.

MILAGRE
“Não me feri fisicamente, estou apenas um pouco assustado, mas esse é mais um milagre dos muitos que Deus fez em minha vida. Quero agradecer a Deus e às milhares de mensagens que me chegaram e que tornaram mais suave a minha primeira noite após o acidente”.
Dessa forma, resumidamente, o presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), José Carlos Rizk, manifestou-se em vídeo, gravado no hotel à noite e divulgado nos stories de seu perfil do instagram, sobre a experiência de “quase morte” no final da tarde de quarta-feira (10), quando o avião em que viajava, em companhia do piloto e de um cliente, deu pane e fez um pouso forçado nas areias da praia de Itaipuaçu, em Maricá, Região dos Lagos do Estado do Rio.
O pouso foi uma prova de habilidade do piloto Matheus Reges, o que foi confirmado pelo próprio Rizk: “Quando ele tentava acionar os motores e não conseguia, a ideia era pousar no mar e eu já me preparei e só ficava pensando em como, com 1,95 metro de altura, iria sair daquele lugar e deixar o avião. Perguntei se conseguiríamos chegar à praia e ele deu segurança de que isso aconteceria. Perguntei o que fazer e ele somente disse: segure-se em alguma coisa”.
O piloto levou o avião a passar ao lado de uma montanha junto ao mar e direcionou para a areia, sob o olhar apavorada da comunidade local. Quando tocou o solo, bateu duro e quicou. Rizk contou que a torcida era para que não tombasse e que o piloto teve perícia para manter o aparelho estabilizado: “Foram uns 400 metros entre o primeiro toque na areia e a parada total. Quando parou total, fiquei alguns segundos respirando e refletindo, agradecendo a Deus, antes de deixar a aeronave, já cercada por várias pessoas preocupadas com nossa condição”.
MOQUECA CAPIXABA
O advogado José Carlos Rizk até brincou com uma situação: o avião parou exatamente em frente a um restaurante de culinária capixaba, comandado pelo casal Guga e Rosemere. “Eles me acolheram, deram água, um suco de maracujá. É incrível, cair na praia e parar em frente a um restaurante de moqueca capixaba”, disse Rizk.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) mandou agentes ao local na manhã desta quinta-feira (11) fazer a perícia na aeronave a fim de determinar as causas do acidente, que não foi fatal, mas assustou não apenas aos três ocupantes do avião, mas aos moradores. Foram retiradas peças para análise. (Da Redação)
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