A Polícia Federal adotou uma estratégia de sucesso para prender o pastor golpista Fabiano Oliveira, que estava acampado há vários dias em frente à sede do 38º Batalhão de Infantaria, na Prainha em Vila Velha, protegido por um grupo de manifestantes radicais de extrama direita, inconformados com o resultado da eleição presidencial.
O grupo conseguiu impedir a prisão do pastor na tarde desta sexta-feira, 16, quando agentes da Polícia Federal foram ao local cumprir o mandado do ministro Alexandre de Moraes.
Nesta madrugada, logo depois das 6h – a Constituição proíbe a prisão antes desse horário – segundo o diretor da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, Fabiano foi surpreendido com a chegada dos agentes e não esboçou reação ao ser preso e conduzido para a sede da SPFES, em Vila Velha.
Por outro lado, manifestantes que ainda estavam no local, filmaram a ação (veja vídeo no alto da página) e xingaram, mais unma vez, o ministro Alexandre de Morais, que já mandou prender quatro golpistas e colocar tornozeleira em dois deputados estaduais.
Em nota, a PF informa que: “deu cumprimento ao Mandado de Prisão expedido pelo STF, em desfavor do indivíduo comhecido como Pastor Fabiano. Após a prisão, que se deu em frente o 38 BI, Fabiano foi levado ao DML e entregue ao sistema prisional do Estado.”
A PF informou ainda que não haverá mais declarações sobre o assunto.
Fabiano é um dos quatro cidadãos capixabas que tiveram prisão preventiva decretada pelo ministro, que preside o Tribunal Superior Eleitoral e, no âmbito do STF, o inquérito que apura a atuação de uma milícia digital no País para espalhar fake news contra as eleições. Os outros são o jornalista Jackson Rangel (Folha do Espírito Santo, de Cachoeiro), o vereador Armandinho Fontoura (Podemos), de Vitória, que se entregaram, e o radialista Maxcione Pitangui Abreu por patrocinarem atos antidemocráticos.
Na quinta-feira, 15, quando agentes da Polícia Federal saíram em diligência para cumprir 23 mandados de busca e apreensão e 4 mandados de prisão no Espírito Santo, como parte de uma operação de caráter nacional que alcançou mais de 100 ativistas de extrema direita em vários Estados do País, o pastor Fabiano de Oliveira gravou mais dois vídeos e postou nas redes sociais, o que já estava proibido de fazer, pela decisão do ministro.
No primeiro, logo pela manhã, ele anunciava que estava em frente ao quartel do 38º BI e que havia tido a prisão decretada. No segundo, mais tarde, como não foi alcançado pelos agentes federais, Fabiano resolveu ousar e xingou o ministro Alexandre de Moraes de “comunista”, “bandido”, e insuflando a resistência dos extremistas.
No despacho do ministro Alexandre de Moraes, Fabiano Oliveira é apontado, juntamente com Maxcione Abreu, como líderes dos atos antidemocráticos na Prainha em Vila Velha. Há informações, entretanto, de que a prisão preventiva dos dois é apenas a ponta do iceberg. Órgãos de segurança já têm as informações sobre os financiadores dos atos e nos próximos dias poderão ocorrer novas ações da Justiça contra eles.
Os deputados estaduais Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC) também tiveram computadores e documentos recolhidos em seus gabinetes na Assembleia Legislativa e passaram a usar tornozeleira eletrônica, por determinação de Moraes, além de entregarem seus respectivos passaportes. Von foi à Polícia Federal cumprir a ordem, enquanto Assumção esperou os agentes na Assembleia para colocarem a tornozeleira nele.
Os atos do ministro Alexandre de Moraes foram baseados em relatórios elaborados e entregues pela Procuradoria Geral de Justiça do Espírito Santo, através de sua chefe, a promotora Luciana Andrade, depois dos levantamentos feitos pelos órgãos de informações.
Na tarde de sexta-feira, 16, o tráfego na Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha, foi interrompido por mais de uma hora. Bombeiros foram chamados com a informação de que seria uma tentativa de suicídio, embora todo o percurso já esteja protegido pela ciclovia em construção nos dois lados.
Ao final, descobriu-se que havia um manifestante agindo como um “lobo solitário” no meio da ponte, protestando: “Tem inocente preso”. O homem estava com um galão de gasolina e ameaçava um atentado contra si e quem estivesse perto, conforme informações apuradas pelo site Tribuna Norte-Leste.
Depois de quase duas horas, o homem foi demovido e o trânsito liberado, mas a essa altura o caos já havia se estabelecido nos acessos tanto por Vitória quanto por Vila Velha. (Da Redação)
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