“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, todo o mundo é composto de mudanças”, já dizia o poeta português Camões. A frase, apesar de referir-se basicamente ao comportamento humano, cabe muito nas mudanças de ingredientes da tradicional torta capixaba, feita para celebrar a Semana Santa.
Se antes, a torta levava bacalhau e palmito brejaúba ou palha branca (amargo), agora, a maior parte do palmito encontrado em Barra de São Francisco é de coqueiro ou de pupunha, duas espécies de palmeiras que ganharam espaço por causa da proibição de retirada dos palmitos tradicionais.
Nesta quarta-feira, na feira livre da Rua Mineira, 90% dos palmitos à venda era de coqueiros ou de pupunha, com preços variando entre R$ 15 a porção de quase um quilo, já pronta para uso até R$ 100, por uma cabeça de palmito de coco que costuma render mais de oito quilos de palmito limpo.
“A gente quase não encontra mais o palmito brejaúba e o palha branca na feira, então tem que apelar para o palmito de coco, que não é ruim, mas tem sabor um pouco diferente”, avalia uma consumidora que buscava palmitos na feira livre hoje para fazer torta.
“Eu faço a torta lá em casa é com repolho e Polaca do Alaska, fica mais em conta e também é saborosa, além de trazer economia para o bolso”, afirma outra dona de casa, Maria da Penha.
Peixe
Por outro lado, há quem não abra mão do palmito tradicional e do bacalhau da Noruega, mas esses consumidores estão cada vez mais raros, afirma um vendedor de peixe da feira.
“A gente até vende bacalhau (saithe) desfiado, mas o que sai mesmo nessa época é a Polaca do Alaska, que parece muito com o bacalhau e tem um preço bem mais em conta. Bacalhau de verdade, só nos supermercados”, admite. (Da Redação)
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