
Por um instante as notícias fazem lembrar o caos da segurança no início de 2017, quando a greve da Polícia Militar levou à convocação de forças federais – Força Nacional, fuzileiros navais e Exército – para proteger a população capixaba. “isso está vindo de fora para dentro”, revelou na época o secretário da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Junior, em troca de mensagens com um jornalista que cobrava posição do Governo.
Algum tempo depois descobriu-se que o Espírito Santo estava sendo o “laboratório” de um movimento político que levou ao poder o bolsonarismo e todo o seu fanatismo religioso-armamentista. Mesmo movimento agiu depois no Ceará, nos mesmos moldes. Como no teatro, é o caos para implantação de uma nova ordem.
No Espírito Santo, o êxito foi parcial. O então governador Paulo Hartung saiu tão desgastado que sua reeleição foi inviabilizada. O que aqueles atores não esperavam é que houvesse uma pedra no meio da caminho. Renato Casagrande, que se elegeu governador contra o mesmo Carlos Manato que aí está de novo. Para piorar, o senador Magno Malta perdeu a reeleição em 2018 e virou um “elefante na sala” de Bolsonaro, conforme definido pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
INTERVENÇÃO X AÇÃO
Há notícias de surgimento de milícias no Estado, ainda que não na dimensão do Rio de Janeiro, que vem exportando criminosos para o Espírito Santo. Aqui se juntam a criminosos locais para tentar controlar territórios em bairros periféricos e nos morros, levando ainda mais sofrimento a uma população que já vive em desvantagem. Assim, o crime se reconfigura e seus membros passam a ser mais agressivos e a revidar ações da polícia.
Um fato pontual – a morte de um membro de quadrilha durante tentativa de prisão de um dos chefes do tráfico do Bairro da Penha – deflagrou uma série de atentados terroristas à população e ao Estado, com a queima de sete ônibus. Parece uma explosiva mistura de pseudo-milicianos com organização dedicada ao negócio das drogas.
Ato continuo, enquanto o governador interrompia sua campanha para comandar as ações contra os criminosos, Manato tentou federalizar o tema, provocando a oferta de tropas federais ao Estado, mas a resposta vem na pronta ação: 16 envolvidos nos ataques à sociedade capixaba já estão presos, sendo seis menores – um deles, buscado na Rocinha (Rio de Janeiro) para gerenciar o tráfico em Maria Ortiz, bairro de Vitória.
Com apoio da Polícia Rodoviária Federal, a resposta veio em menos em 24 horas, a exemplo do que aconteceu no ataque em Santa Leopoldina. (Da Redação com José Caldas da Costa)
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