A cidade de Macaé, no litoral Norte do Estado do Rio, é referência nos impactos da exploração de petróleo, que começou há 51 anos com o início das operações da Petrobras na Bacia de Campos – alguns anos depois que jorrou o óleo em terras capixabas, em Sâo Mateus.
A população de Macaé saltou de pouco mais de 40 mil habitantes em 1974 para mais de 250 mil nas estimativas atuais. Houve também um grande salto no desenvolvimento socioeconômico.
Numa comparação entre as duas capitais do óleo e gás, no Espírito Santo e Rio de Janeiro, há vantagem da cidade fluminense. São Mateus também tinha 40 mil habitantes em 1970, hoje tem 135 mil, mas estagnou seu desenvolvimento
“Enquanto Macaé aproveitou o petróleo para se renovar, avançar em tecnologia, implementar o turismo e o sistema aeroportuário, São Mateus viveu a fantasia do dinheiro abundante. Não tem infraestrutura, 60% das pessoas vivem de pequenas atividades de serviços, não tem Porto nem aeroporto”, disse um especialista ouvido pelo portal Tribuna Norte-Leste.

INDEPENDENTES
A presença das operadoras independentes na Bacia de Campos transformou Macaé, segundo o prefeito Welberth Rezende, com impactos diretos na arrecadação, geração de empregos e oferta de serviços públicos em áreas como saúde, educação, infraestrutura e meio ambiente.
A afirmação foi em entrevista ao projeto Energia que Transforma, uma parceria da agência eixos com a Abpip (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás).
“Macaé é uma cidade historicamente ligada ao petróleo e gás. Com a chegada de empresas como Perenco, 3R, Prio e Trident, vimos um salto na arrecadação e na movimentação do nosso setor de serviços e fornecimento”, afirmou o prefeito.
Welberth ressaltou que os royalties somaram R$ 1,08 bilhão em 2024, em uma arrecadação total de R$ 4,7 bilhões, além do ISS, impulsionado pelas atividades das novas operadoras.
Rezende destacou que o aumento da atividade offshore reduziu drasticamente a ociosidade da mão de obra local. “A expertise do macaense foi moldada no setor de óleo e gás. Hoje, praticamente não temos mais trabalhadores sem ocupação”, disse.
Políticas públicas
Segundo o prefeito, a contribuição vai além da geração de empregos: “Boa parte dos medicamentos que estão sendo ministrados nos hospitais agora vem dessa arrecadação. Assim como as obras de urbanização, as melhorias no transporte público e o fortalecimento da segurança pública”.
Macaé investe atualmente cerca de R$ 1 bilhão em obras com recursos próprios. Para efeito de comparação, o Espírito Santo investe em torno de R$ 4 bilhões.
Entre os projetos financiados com royalties e ISS, o prefeito citou a despoluição de rios no distrito de Frade, a criação de um corredor ecológico de 14 km às margens do rio Macaé e o programa de moeda social para famílias em situação de vulnerabilidade.
Welberth Rezende também defendeu o papel das independentes na revitalização de campos maduros, paralelamente ao avanço da Petrobras com o programa PROMAR.
“Sem as operadoras independentes, muitos desses campos estariam descomissionados. Hoje, operam com 200%, 300% de aumento”, disse.
Por fim, o prefeito ressaltou que Macaé está empenhada em discutir a sustentabilidade e a transição energética, mas reforçou que o petróleo ainda é essencial.
“Com respeito ao meio ambiente, a gente vai avançando. O petróleo é o que está garantindo saúde, educação e infraestrutura agora. E é isso que muda a vida das pessoas”.
Energia que Transforma
Energia que Transforma é uma iniciativa da agência Eixos, em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), que visa mostrar como a produção das empresas independentes no Brasil está transformando a vida das regiões produtoras.
O projeto inclui uma websérie mensal com entrevistas de empresas produtoras, reguladores, agentes públicos e membros da sociedade diretamente impactados pelas ações das empresas independentes.
Além disso, um seminário online será realizado para destacar as mudanças promovidas nas regiões a partir das empresas que atuam na produção independente no país. (Da Redação com Eixos)
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