*José Marcelo dos Santos
O tempo fechou no comitê central de campanha do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) depois da divulgação dos dados da pesquisa Ipec que mostra estagnação da chapa em 31% das intenções de votos e crescimento de um ponto porcentual da candidatura do ex-presidente Lula, que chegou a 47%. Os estrategistas estão sendo cobrados para que encontrem uma resposta e uma solução urgente para garantir que o petista não vença no primeiro turno, segundo um membro da equipe revelou à Ponto e Vírgula sob a condição de ter a identidade preservada.
Excesso de memória e fantasia
O principal questionamento de Bolsonaro, do vice Braga Neto e dos filhos do presidente é em relação ao fato de a candidatura não crescer justamente entre os mais beneficiados com as recentes mexidas no tabuleiro da campanha bolsonarista. O presidente esperava disparar entre os mais pobres, beneficiários do Auxílio Brasil. A fonte da coluna revelou que internamente os marqueteiros atribuem a manutenção do apreço dos mais pobres por Lula graças a uma “estranha combinação de excesso de memória sobre a era Lula e uma dose exagerada de fantasia”.
Intensificar os ataques
Pelo menos por enquanto, segundo a fonte da campanha de Bolsonaro, a ordem é intensificar os ataques ao ex-presidente Lula e ser mais incisivo nos discursos de que os governos petistas foram os mais corruptos da história, mas que também é preciso encontrar um meio ou um “porta-voz” para dialogar mais e melhor com os mais pobres, para mostrar a eles as melhorias trazidas pelo atual governo. Segundo a mesma fonte já há sinais de que o potencial de ajuda da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, já chegou ao limite. Outra decisão já acertada é a ida de Bolsonaro ao debate sediado no SBT e realizado por um pool de veículos de comunicação.
Às urnas, sem medo
Enquanto a equipe bolsonarista tenta encontrar um caminho para aumentar a entrada dele entre os mais pobres, no comitê central da campanha de Lula a ordem é encontrar meios de convencer os eleitores a irem votar no dia 2, independente do clima de tensão. É que pesquisas internas apontam medo de apoiadores de Lula, sobretudo os mais vulneráveis, segundo um assessor da campanha. O PT tem medo de que essa aparente insegurança prejudique a eleição.
*Mineiro de Governador Valadares, José Marcelo dos Santos é jornalista e acupunturista radicado em Brasília. Escreve a coluna Ponto e Vírgula no site maisbrasil.news.
Comente este post