
O motorista de aplicativo Thiago Elias da Silva Santos, 25 anos, que desapareceu em Linhares no último dia 6, depois de aceitar uma corrida para a localidade de Bagueira – e que foi assassinado pelos supostos passageiros, tendo o corpo enterrado em cova rasa no município de Rio Bananal – já foi preso quando tinha 20 anos de idade por envolvimento em homicídio em Sooretama, a 25km da cidade onde trabalhava atualmente. A confirmação foi feita pelo titular da 16ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Fabrício Lucindo.
Thiago foi preso em 22 de setembro de 2017, no bairro Sayonara, em Sooretama, por equipe de policiais da Delegacia do município, na época chefiada pelo próprio Fabrício Lucindo. Na ocasião, Thiago foi investigado pela morte de Charles Silvestre de Souza, o Charlinho, que tinha 25 anos e foi assassinado no dia 2 do mesmo mês por diversos disparos de armas de fogo. Charlinho estava envolvido com tráfico de drogas na cidade.
Na época, os policiais comandados por Lucindo cumpriram uma diligência e prenderam Thiago em companhia de duas outras pessoas: Bruno Câmara Chaves, o Cabecinha, então com 21 anos, que já era acusado também da morte de um comerciante de Sooretama ainda quando era menor de idade e cumpre pena no sistema penitenciário, e de Jardel da Cruz Souza, o Scooby, na época com 19 anos.
Segundo declarações de Fabrício Lucindo na época, “as investigações revelaram que havia uma desavença entre a vítima e os três suspeitos e constantes trocas de ameaças, apurando-se também que antes do crime os três indivíduos constantemente vigiavam a rotina da vítima para executá-la”. Não há informações de que os três tenham sido julgados pela morte de Charlinho.
Thiago estava casado, morava em Linhares, e recentemente havia nascido uma filha, ainda bebê. Trabalhava por aplicativo e como motorista particular há dois anos. No último dia 6, ele foi visto em companhia de dois homens num bar perto da rodoviária de Linhares contratando uma corrida para a localidade de Bagueira, onde imagens do circuito de segurança registraram seu carro passando com ele e os dois homens.
Thiago ligou para a mulher pedindo que fosse feito um pix para uma conta de terceiros. A mulher desconfiou e não fez. Ele então ligou para a filha do dono do bar fazendo o mesmo pedindo, dizendo que tinha havido um problema, mas que se fosse feita a transferência ficaria tudo bem. Um procedimento típico de sequestro, como os que vinham ocorrendo em Vitória, com as vítimas, sob ameaça, tendo que fazer pix para contas de terceiros.
No dia seguinte, o carro de Thiago foi encontrado queimado no interior de Linhares, numa fazenda à margem da rodovia que liga LInhares a Colatina pela beira do rio Doce, e o motorista nunca mais apareceu. Nesta terça-feira (10), policiais de Linhares encontraram, numa área de mata em Rio Bananal, um corpo em cova rasa e em adiantado estado de decomposição. O corpo foi encaminhado para perícia e necrópsia no Instituto Médico Legal de Vitória, sob suspeita de que fosse de Thiago Elias.
Familiares de Thiago Elias reconheceram, nesta quarta-feira (11), pelas roupas que ele usava, o corpo encontrado em Rio Bananal como sendo do motorista. O delegado Fabrício Lucindo acrescentou às informações acima outras de que o motorista já havia sido apreendido quando era menor de idade por roubo, em Sooretama, onde também era investigado por ligações com o tráfico de drogas. A polícia, agora, investiga se o crime tem relação com o passado dele. (Da Redação)
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