
As Polícias Militar e Civil estão trabalhando juntas para elucidar o assassinato do jovem Kaitho Moura, 26 anos, cujo corpo foi encontrado com pelo menos 20 perfurações a faca e enrolado em um colchão, com os pés e as mãos amarrados, no interior de uma casa trancada no bairro Campo Novo, em Barra de São Francisco, na noite de quarta-feira, 13.
As duas instituições pediram à Justiça que seja expedido mandado de prisão para os dois suspeitos do assassinato. As autoridades não divulgaram maiores detalhes, mas revelaram que se trata de um homem de fora da cidade e de um outro que é morador de Barra de São Francisco.
Kaitho conheceu um dos suspeitos de mata-lo quando ambos cumpriam pena no presídio do município por tráfico de drogas.
A partir do momento em que os mandados de prisão forem emitidos, os suspeitos passarão a ser foragidos e poderão ser presos em qualquer lugar que forem abordados. A Lei 12.403/11 acrescentou ao Código de Processo Penal o art. 289-A, dispondo que cabe à autoridade judiciária efetuar o registro do mandado no banco de dados do Conselho Nacional de Justiça.
Essa medida propicia maior eficiência, uma vez que a ordem também poderá ser cumprida por agentes policiais fora da jurisdição processante. Qualquer autoridade policial poderá efetuar a prisão em qualquer local em que a pessoa for encontrada, mesmo que o mandado não estiver registrado junto ao Conselho Nacional de Justiça. Porém, o registro da ordem lhe confere presunção de autenticidade, além de gerar ampla publicidade.
APAGANDO PROVAS
A Constituição Federal, no artigo 5º, LXI, postula que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. O mandado judicial, não havendo o flagrante delito, é necessário para que a autoridade policial possa prender os suspeitos.
O corpo de Kaitho Moura, filho do advogado Luciano Moura, procurador da Câmara de Vereadores de Barra de São Francisco, foi recolhido pela perícia técnica e levado para o Instituto Médico Legal em Vitória. Depois de liberado, foi sepultado no final da tarde desta quarta-feira (14) no cemitério municipal, com grande presença de público em função da popularidade do pai.
Segundo fontes da polícia, os assassinos lavaram o corpo e o sangue na casa onde o crime foi cometido na tentativa de dificultar a obtenção e provas. A casa estava trancada e os policiais precisaram arrombá-la para ter aceso ao seu interior, onde encontraram o corpo de Kaitho. É possível que o crime tenha sido cometido durante a noite anterior, mas somente a necropsia e exames complementares poderão indicar se Kaitho utilizou drogas. Há suspeita de que ele e os dois suspeitos estariam juntos usando drogas.
De acordo com fontes da Polícia Militar, o local em torno da casa onde ocorreu o primeiro homicídio do ano em Barra de São Francisco é conhecido no meio policial como um lugar de intensa movimentação de tráfico de drogas. Os suspeitos foram vistos por vizinhos saindo da casa e um deles estaria usando uma calça que seria da vítima. O inquérito está sendo presidido pelo delegado de Polícia de Barra de São Francisco, Leonardo Forattini Dutra, cuja equipe está trabalhando junto com a PM para prender os suspeitos.
A morte de Kaitho Moura foi o primeiro homicídio do ano em Barra de São Francisco, que em 2020 teve uma redução de 46% no número de homicídios em comparação com 2019. Foram apenas sete mortes, sendo que somente uma tinha relação com o tráfico de trogas. Em 2019, foram 13 crimes contra a vida no município e a maioria relacionada a tráfico de drogas.
Comente este post