Morreu na noite desta quinta-feira (21), em Barra de São Francisco, o empresário Pedro Castilho, aos 97 anos.
Segundo informações, há cerca de quatro meses Pedro lutava contra um câncer. Pelas redes sociais, amigos e familiares se despediram do francisquense ilustre.
O corpo está sendo velado na Igreja Presbiteriana do Centro, e o sepultamento está marcado para as 18h, no cemitério local.
No meio político, Pedro Castilho sempre foi ligado ao grupo do então prefeito Enivaldo dos Anjos. Ele gostava de política e, sempre que podia, participava dos encontros, das reuniões e dos comícios pelo município e região. “É com muito pesar que fico sabendo sobre a morte do nosso grande amigo e companheiro de jornada. A sua morte nos pegou de surpresa e o levou de nós repentinamente. Só nos cabe pedir a Deus que o ilumine e lhe dê paz, e que Deus dê conforto à sua família para que possam enfrentar esta imensurável dor com serenidade”, lamentou Enivaldo.
Pedro Castilho foi pauta de uma matéria feita pelo jornalista fundador do Tribuna Norte Leste, Weber Andrade, falecido em março deste ano. Nela, Weber trouxe detalhes da vida de Pedro, abrilhantados com saudosismo das falas de quem a história de vida se mistura com a de Barra de São Francisco. Confira abaixo um trecho da matéria:
Pedro Castilho nasceu no córrego do Coelho, na região do Valão Fundo. O pai, Pedro Castilho Sobrinho, veio da região de Aimorés, já casado com Dona Raimunda. O casal teve 13 filhos, muitos já falecidos, atraídos, como a maioria, pelas terras férteis e inexploradas do “norte”.
Pedro trabalhou como comerciário por alguns anos, até tornar-se empresário, atividade que ele praticou até hoje, junto aos filhos, com a Castilho Comércio e Representações.
“Aqui era tudo mato, tinha algumas casinhas ali no morro que desce para a Rua Mineira. Eu morei lá na roça até os 16 anos, quando decidi vir para a cidade em busca de emprego, pois estava ficando difícil para meu pai sustentar todo mundo lá na roça”, contou ele em uma entrevista cedida ao jornalista Weber Andrade.
A história de Pedro Castilho começa a cruzar com a da família Fernandes, também pioneira, nessa altura, aliás, um pouco antes, quando Pedro saía a pé lá do córrego do Coelho para estudar na única escola que existia na cidade, e ficava, segundo ele, no local onde hoje está a Igreja Metodista, ao lado da Padaria Nogueira.
“Meu professor era o Brás e a filha dele. Eu andava aquilo tudo a pé, mais de seis quilômetros, descalço, porque a gente não tinha nem calçado direito, e todos os dias a dona Vitória (esposa do pioneiro Francisco Fernandes, o Chichi) me esperava junto com a minha mãe, na porta da casa dela, ali perto de onde hoje é o Posto Sombra da Tarde, com um pouco de café e pão. O senhor Francisco e Dona Raimunda eram umas pessoas muito boas e cuidavam de tudo e de todos sem pedir nada em troca”, recordou ele.
Assim que veio para a cidade, Pedro conseguiu emprego no comércio. Primeiro na “Casa Vermelha” e depois na Sempre Viva, até que foi aprendendo a vender tecidos e outros produtos e decidiu montar seu próprio negócio. Aliás, antes disso, Pedro resolveu se aventurar na Capital, onde abriu uma empresa na rua Jerônimo Monteiro, a Coril Comércio Ltda, mas não gostou da vida por lá e acabou voltando.
Daí para frente, o empresário foi abrindo empresas na cidade, muitas delas com nomes lembrados até hoje, como a Casa Bandeirantes, que ficava em frente ao que hoje é a Praça Arlindo Pinto da Costa, o Café Carellos, que existe até hoje, e a fábrica de bebidas Sicobel, que funcionou por muitos anos onde hoje é o Hotel Universal, na antiga avenida Prefeito Manoel Vilá, hoje Avenida Edson Henrique Pereira (Edinho Pereira). ( Da Redação)
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